segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Hoje tem espetáculo?


O choro do nenê soou alto e criou o caos entre os avôs.
A mulher, embora um tanto sem jeito, acudiu com mais presteza e a neta saiu do berço para os seus braços num piscar de olhos.
A ausência da mãe, que estava trabalhando, era o motivo da reclamação, com certa razão, da criança faminta.
Começou o teatrinho.
O avô de brinquedinho nas mãos ensaiava um requebrado que o seu quadril, teimosamente, não queria apresentar.
Dança daqui, dança dali. Sacode brinquedo daqui, bate palmas dali e nada.
O choro continuava.
Na verdade o choro entrecortado, sem lágrimas nos olhos, indicava a manha do nenê.
Parecia que por entre o semicerrado olhar a criança analisava todos os que estavam do seu lado tentando fazê-la calar.
A mamadeira considerada apetitosa por todos os presentes era simplesmente ignorada.
Como não parasse de chorar, passou de um colo para o outro e, por mais confortável que pareciam, nada de parar o choro.
Colocou se a criança no carrinho e o passeio da sala para cozinha e da cozinha para sala, feito com todos os cuidados, não acalmou o desespero.
Não demorou e o carrinho já voava, tirando finos sensacionais dos móveis, como se fosse uma Ferrari utilizada nas corridas de Formula 1, e nada de parar de chorar.
Todos já estavam para entregar os pontos, avôs e a tia, quando o avô, o mais criativo do grupo, mais uma vez solucionou o problema.
Foi só começar a marcar um samba, batendo palmas para a futura sambista parar de chorar. Ufa! Que alívio.
A pequena mamou todo o leite da mamadeira e a paz voltou a reinar na casa.
Agora era só esperar a mãe vir buscar aquele foguete.
Pensando bem nós os avôs, finalmente servimos para alguma coisa.
Neste capitulo da nossa vida estamos travestidos de palhaços de circo, e até com certa desenvoltura, no picadeiro que seja possível montar, estamos dando conta do recado, fazendo, com certo esforço é verdade, a Beatriz mamar.
Claro que isso não é nada, pois o amor que sentimos por ela é maior que qualquer sacrifício.
Por isso, queremos mais Beatriz na nossa casa.
Hoje tem espetáculo?
Tem sim senhor!

sábado, 22 de novembro de 2008

O perdão é bonito

Aos que tem bom senso cabe o primeiro e decisivo passo.

Qual dentre todos nós já não trocou de mal com alguém.

O pior é que mais das vezes, aqueles com os quais acabamos brigando ou trocando ofensas, são pessoas que diariamente convivem conosco, das quais acabamos dependendo por algum motivo, quer queiramos ou não.

Na realidade achamos que o grande culpado da rusga é exatamente a outra pessoa, nunca somos nós. Não somos chegados a análises que nos se apresentam contrárias aos nossos anseios, digamos, exercitando o egoísmo que todos temos latente dentro de nós.

Quantas perdas de tempo, quantas insignificâncias, acabam vindas à nossa vida, pelo motivo de que não estamos acostumados a dividir com outras pessoas os louros que temos oportunidade de colher.

È preciso que nos convençamos da necessidade de acabarmos com isso.

Se não for pelos ensinamentos religiosos, hoje tão vilipendiados, que seja pela necessidade de paz que todos temos, para nos distanciarmos do “stress” esse temível mal dos dias atuais, que acaba se instalando em nós nos tornando arredios e indispostos à participação na vida que ferve à nossa volta.

Por tabela acabamos por perder o trem da progressão do ser humano, que precisa na vivência intensa e em paz consigo mesmo, aproveitar todas as experiências para poder influir positivamente, como exemplo, em todos os nossos entes queridos.

Por isso o tempo de mudar é hoje.

Não podemos deixar para amanhã, sob pena de ser tarde demais.

É preciso que possamos dar o primeiro e decisivo passo enquanto aquele com o qual estamos com a cara virada esteja, ainda, fazendo parte de nossa vida.

Procuremos os desafetos e confessemos que quem errou fomos nós, mesmo que não tenha sido assim.

Depois declaremos que a bobagem de ficarmos sem conversar, perdendo tempo precioso de nossas vidas, não nos levará a nada que não seja a frustração.

Ofereçamos a nossa mão de amigo, troquemos de bem com ele, e estaremos fazendo nascer entre nós a oportunidade única de instalarmos a paz no nosso coração.

Não imagine que este ato possa vir dele.

Nós é que temos que dar o começo e assim acreditarmos na ventura de um viver, no qual, o oxigênio do amor que todos temos em nós seja o ar que respiramos.

Mostraremos a nos mesmos o nosso bom senso e estaremos nos situando no degrau mais alto destinado aos que são desassombrados.

Procuremos o nosso filho.

Procuremos o nosso vizinho.

Procuremos o nosso companheiro de clube.

Procuremos o nosso colega de trabalho.

Procuremos todos com os quais a nossa vida transcorre.

E, caso não for o nosso perdão o ato da vez, vistamos a sandália da humildade e peçamos nós mesmos o perdão.

A nossa vida vai ficar mais bonita.