sábado, 29 de abril de 2023

Grãozinho de Areia

Grãozinho de areia

 

Vernil Eliseu – 12/07/2006

vernileliseu@gmail.com

 

A expressão: da verdade não sabemos a metade, conforme pude constatar é a mais real das realidades.

 

Imaginem vocês que, conversando com dona Maria, a minha amiga que me ajuda a compreender e a entender o mundo em que vivemos, no começo desta semana, garramos a falar sobre a grandeza do Universo.

 

Como de verdade, pela vida afora, sujeitado a grandes solavancos que fizeram equilibrar-me e agir dentro daquilo que é certo, acreditei-me sabedor de muita coisa e, mesmo conversando com dona Maria, supus que ia me sobrepor, falando sobre o assunto.

 

Qual não foi a minha surpresa quando a minha amiga, a guisa de início de conversa saiu-se com esta afirmativa:

 

— O senhor sabe seu Vernil que no Universo existem incomensuráveis desertos?

 

Eu que não conheço, sequer, o deserto que dizem existir no Chile, fiquei na expectativa de maiores informações.

 

— Pois é, -continuou a minha amiga- entre bilhões e bilhões de galáxias e entre as distâncias dos sóis que existem aos bilhões, em cada uma, existe um vazio de coisas concretas, que podemos chamar de desertos. E digo mais, além de onde se pode observar o Universo, o deserto continua a não mais acabar. Outro dia mesmo li num desses livros que os estudantes têm a disposição e que no nosso tempo de escolares, ainda não existiam, que as labaredas do nosso Sol, este que ilumina o nosso sistema planetário, medem 200.000 quilômetros de altura.

 

A minha cara devia estar, no mínimo, com jeito de estupefação, pois não consegui articular palavra alguma, como estivesse engasgado com as informações da minha amiga.

 

Mas, como quem tem padrinho não morre pagão, busquei lá nos escaninhos, desses cheios de teias de aranha, que todos temos no nosso cérebro e dei uma de entendido.

 

— É verdade! E o tamanho do nosso Sol então, não existe nada que seja maior que ele.

 

— O senhor está é atrasado, pois posso lhe informar seu Vernil, que o nosso grandioso Sol, não passa de uma estrela de quinta categoria.

 

— Neste universo de Deus, nestas tantas outras galáxias e até mesmo nesta em que se situa o nosso planeta, existem Sóis muito maiores. Se não me engano umas 50 vezes maiores que o nosso pequenino Sol.

 

Nesta altura da conversa a estrela que brilhava era a de dona Maria. Tive que me contentar em beber mais da sua sabedoria.

 

— Sabe homem de Deus, que apesar de sermos importantes criaturas e artífices das transformações que acontecem onde vivemos, neste Universo, no tamanho, não passamos de grãos de poeira.

 

— Entretanto, saiba também, que tudo que de grande mesmo existe, até as enormes nebulosas, são formadas de microscópicas formas. Garantindo aí a nossa importância.

 

— Mas sem querer ser mais do que sou seu Vernil, digo ao senhor que, Deus deu a nós seres humanos a capacidade de raciocínio, para que sejamos os depositários das belezas que ele cria, assistindo a progressão de tudo, aproveitando os frutos de tudo e, ao mesmo tempo, arrumando em nós, as suas mais caras criaturas, lugar para a sabedoria.

 

— Deus não seria Deus se não tivesse feito tudo o que fez sem destinar a alguém todas as belezas que ele pôde imaginar.

 

— Cabe a todos nós os esforços, aliás, os pequenos esforços, para que isso tudo de belo e grandioso, possam caber nas nossas cabeças que, ainda, andam muito cheias de vento.

 

— Que assim seja Dona Maria.

 

 

 

 

  

sábado, 22 de abril de 2023

Escolhendo o futuro

 

Escolhendo o futuro

 

Vernil Eliseu – 27/10/2006

vernileliseu@gmail.com

 

A nossa vida é uma infindável necessidade de escolhas.

 

Desde recém-nascidos precisamos escolher entre chorar para mamar ou ficar quieto e passar fome.

 

Na escola, escolhemos prestar atenção na aula ou ficar para trás no aprendizado de que todos temos necessidade.

 

Logo em seguida vamos entrar na turbulência de ter que escolher a mulher que queremos por companhia.

 

Saímos desta turbulência e enfrentamos outra, em virtude do modernismo em voga, quando temos que escolher entre nos casarmos com a mulher escolhida ou pura e simplesmente ficarmos juntos.

 

Adultos, nos desempenhos de nossas atividades de trabalho para ganharmos o pão de cada dia, somos tentados na escolha entre o trabalho útil e o fútil.

 

Escolhemos tolhidos pela torrente de acontecimentos e emaranhados da convivência social se seremos honestos ou não.

 

Todos esses momentos são, na realidade, momentos de grande esforço de nossa parte, na grande luta entre o bem e o mal.

 

Entre todos nós há os que pela envergadura moral, sem mesmo pensar em lançar mão de Deus, que todos trazemos dentro do nosso coração, passam pela vida a distribuir o bem, desenvolvendo momentos de utilidade para o meio em que vivem.

 

Infelizmente, no entanto, entre todos nós há os que sujeitos, ainda, ao aprendizado da vida que leva à “otimização” da moral, passam maus bocados, e nas tentativas de se harmonizarem com as necessidades de progressão, não raro, sucumbem nas escolhas feitas e prejudicam a vida que deveriam viver mais auxiliado que auxiliando.

 

Neste mundo em que vivemos estes são a maioria.

 

Os insucessos, entretanto, devem ser creditados aos grandes momentos de prova, alavancando o aprendizado e preparando estes indivíduos para os novos momentos de necessidade de escolhas.

 

Por isso, nós todos que vivemos esta vida, não podemos perder a esperança no nosso mundo.

 

A paciência e a diligência contínua, usadas para escolhermos, nós mesmos, o melhor que pudermos é a melhor escolha.

 

O simples fato de termos em nós essa preocupação garantirá o exemplo que haverá de propor aos maus escolhedores o caminho da progressão a ser seguido.

 

Na verdade, a vida se desenrola neste círculo ascendente.

 

A certeza de que desde os primórdios do nosso mundo a progressão é um fato incontestável, transformando o homem da caverna de ontem nos internautas de hoje, será uma questão de tempo estarmos vivendo num mundo onde o sofrimento será um ilustre desconhecido.

 

Nesse tempo, então, todos teremos aprendido a fazer a escolha certa.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

sábado, 8 de abril de 2023

Cuidemos dos Jardins

Cuidemos dos Jardins

 

Vernil Eliseu – 06/07/2006

 

vernilelisu@gmail.com

 

 

Quantos de nós, como loucos, saímos pela vida afora, como se fossemos verdadeiros cruzados, em busca do Santo Graal, brandindo espadas inexistentes, ferindo adversários invisíveis.

 

Acabamos chegando a lugar nenhum, cansados, de olhos esbugalhados, surpresos, pela iniqüidade de todo nosso esforço.

 

Na verdade, o que nos moveram, para esta aventura, foram os nossos anseios.

 

Buscamos o sucesso como se o sucesso fosse o único objetivo de nossas vidas.

 

Não sabemos, em virtude da inexperiência que ainda portamos que, o sucesso é uma utopia que haveremos de conquistar, quando atingirmos a perfeição.

 

Por certo, histórias de vencedores nos impressionaram e nos inspiraram.

 

Só não nos alertamos para o fato de que as vitórias são apenas alguns centímetros que temos que percorrer, sendo duramente testados em direção ao sucesso.

 

Por isso, havemos de nos prevenir para estes esforços que não nos levam a lugar nenhum.

 

Precisamos é vencer as pequenas distâncias que a convivência social nos impõe. E isso é necessário, pois que, sozinhos não poderemos construir nada do que ansiamos em nossas vidas.

 

A pressa de percorrer grandes distâncias em atitudes que qualificam a nossa personalidade e servem para delinear a envergadura dos nossos espíritos, não nos permitem olhar para os lados e tratar com o carinho que merecem os nossos companheiros de tempo.

 

Quais seriam os ensinamentos que poderíamos usar para que isso possa ser uma realidade?

 

O valor dos nossos pais, o calor de nossos amigos, o carinho de nossa esposa, a alegria de nossos filhos, a beleza de nossa cidade, as maravilhas da natureza que dão cores ao mundo, tudo isso, mas tudo mesmo faz parte do tempero que transforma as nossas vidas em viagem segura para o sucesso.

 

De cavaleiros da Távola Redonda do grande Rei Arthur, que aprendemos a admirar, precisamos, todos nós, nos transfigurarmos em poetas.

 

Os poetas, de todas as qualidades que possuem, a meu ver, também, têm a facilidade de, com lindas palavras, nos fazer convites para enfrentar os duros embates da vida.

 

É uma maneira, de povoar as nossas cabeças com melhores pensamentos, que no mínimo, fazem os nossos pensamentos menos egoístas.

 

Portanto fiquem com a beleza da construção de Mário Quintana:

 

“O segredo não é correr atrás das borboletas... É cuidar do jardim para que elas venham até você.”

 

 

  

quarta-feira, 5 de abril de 2023

Desigualdade Cruel

Desigualdade cruel

 

Vernil Eliseu – 11 /04/2007

vernileliseu@gmail.com

 

Coelhinho da Páscoa o que é que você me traz?

 

Venho trazer-lhe um ovinho para você saborear!

 

Esta é a música que todas as crianças do mundo deveriam cantar.

 

Mas não é assim.

 

Na verdade, mães e pais, a grande maioria de mães e pais deste mundo, sequer conseguiu acumular uma sabedoria que lhe permitisse, no mínimo, pintar um ovo de galinha ou até mesmo de pata, para fazer a alegria de seus filhos, plantando esses ovos nos ninhos que eles seriam convidados a montar.

 

Não se pode, no entanto, pleitear que este tipo de comemoração não aconteça. Isto seria o mesmo que enfiar a cabeça na areia e esconder-se da responsabilidade que cabe a cada um.

 

Ao invés disso, todos os pais e mães do mundo, deveriam se unir e exigir que as oportunidades do mundo sejam oferecidas mais equilibradamente entre todos.

 

Não se pode querer uma humanidade de ricos, as diferenças, ainda, por muito tempo haverão de existir.

 

É até uma necessidade para estimular o progresso do homem como um todo.

 

O equilíbrio, por isso, passa a ser visto como um objetivo incondicional, do qual o homem não pode fugir.

 

Na contramão da história, no entanto, atrasando o caminhar da humanidade em direção ao equilíbrio, vem a discussão, que toma conta de Brasília, com parlamentares, discutindo, num momento inoportuno, um aumento salarial.

 

Como pode um deputado, por exemplo, custar ao País perto de R$ 100.000,00 (Cem mil reais), quando o salário mínimo, com o qual tem que viver uma quantidade de brasileiros é de apenas R$ 350,00..

 

Assim uma quantidade importante do povo quando comem, não pagam a luz e água.

 

Quando pagam a luz e água, deixam de comer.

 

Mas comer como gente. Arroz, feijão, batata e carne e não farinha dissolvida n’água.

 

O pior é que não raro lá se vão para o fórum, pais de famílias que mal puderam fazer inchar as barrigas de seus filhos com alimentos inadequados, sofrendo o vexame de terem os seus nomes executados por falta de pagamento destes itens básicos para se viver nos nossos dias.

 

Por isso, depois de comemorada a Páscoa e a Ressurreição do Cristo, sugerimos uma reflexão sobre este pequeno escrito, pretensioso, no sentido de chamar a atenção para a desigualdade que promovemos comendo os nossos ovos de Páscoa por inteiro ao invés de dividi-lo com os nossos irmãos que não podem comprá-lo.

 

De repente, um pequeno esforço de cada um, pode fazer uma grande diferença.

 

Faça o seu.   

sábado, 1 de abril de 2023

A trobeta da realidade

A trombeta da realidade

Vernil Eliseu – 01/02/2007

vernileliseu@gmail.com

 

 

Com muita assiduidade temos conhecido muitos brasileiros que deram o melhor de seus verdes anos na construção do Brasil que aí está.

 

São homens e mulheres que no ascendente de suas forças físicas carregaram nos ombros os destinos desta grande nação.

 

Muitos analistas que buscam a perfeição dirão:

 

Mas este país não é um bom país.

 

Concordamos com eles, porém, melhor que eles que dão os débitos, não deixamos de dar, também, os créditos àqueles de direito.

 

Por isso, desde logo seria de bom gosto que dissessem que este não é um bom país, porque não souberam administrá-lo, com a dinâmica que se precisa para construir um bom país. Por isso, desde logo seria de bom gosto que dissessem que este não é um bom país, porque não souberam administrá-lo, com a dinâmica que se precisa para construir um bom país.

 

Não me venham com o discurso de que a Previdência é deficitária, pois não é. Acontece que em 1988, o Congresso Nacional, criou vários benefícios às pessoas que não contribuem para a Previdência Social e isso deve ser debitado ao Tesouro Nacional.

 

Ora, claro que concordamos com a necessidade da criação destes benefícios. Eles foram criados para socorrer um faixa da população brasileira que por diversas razões estavam excluídas da possibilidade de terem uma vida digna.

 

Mas até este meio de semana, apesar dos alertas de especialistas a Previdência Social era a grande vilã da história, pois tendo que pagar quem para ela não contribuiu, viu-se em déficit.

 

A verdade, entretanto, foi colocada no seu devido lugar. A Previdência é uma despesa do governo brasileiro que tem a sua contrapartida na arrecadação que se faz para o pagamento dela, sem déficit.

 

Com isso os “economistazinhos” de plantão, graças a Deus exceções, têm que procurar noutro escaninho a culpa da falta de possibilidade de investimento que o governo brasileiro enfrenta não mais podendo colocar a culpa nos que deram suor e sangue, para que eles próprios tivessem um país onde pudessem faturar o seu ganha pão.

 

Um deles, comentarista de uma das grandes redes de televisão do país, saiu se com esta:

 

De nada adiantou o presidente dizer o que disse, pois o déficit vai continuar do mesmo tamanho.

 

Não foi sequer sensível ao ver ser tirada a pecha dos aposentados.

 

Nem tecnicamente quis dizer que agora a outra parte retirada das despesas da Previdência Social tem que ser analisada e, para ela, criada uma fonte de arrecadação para fazer face a esta despesa que, repetimos, não é dos aposentados, pois eles próprios pagaram para receber o que recebem.

 

A nossa fala soa como um desabafo?

 

Sim a nossa fala soa como um desabafo, mas, também soa coma a trombeta da realidade, que muitos, neste país, que não é bom ainda, tentam dissimular para poderem tirar mais proveitos sem merecê-los.

  

A trombeta da realidade