sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Brilhe a Vossa Luz


Brilhe a Vossa Luz

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2022

Então as interrogações se multiplicam.

Como se fossemos o nada nos debatemos.

 

Qual o LIXO mal nos mantemos à tona;

Engolindo golfadas de água salgada.

Erguemos os braços e o socorro esta alhures.

 

Aí então o ano novo chega outra vez.

Renovamos as promessas da compreensão.

 

Lá vamos nós de remos ferindo a água.

Aprumamos a vontade para o progresso;

E experimentamos no rosto brisas perfumadas.

 

Desta vez, no entanto, prometemos mais força.

Então as interrogações se multiplicam.

 

Lembramos as dificuldades e acertamos novo rumo.

Enfrentando dificuldades descobrimos os acertos;

 

Embora cansados colhemos as vitórias.

Vitórias que trabalham as nossas certezas;

E nos levam para a conquista do sucesso.

 

Que nos levam para o encontro da realização.

Realização do novo brilho de nosso espírito.

  

Brilhe a Vossa Luz


 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2021

Cap. XIII - Piedade, Orfãos, Ingratidão



QUE A VOSSA MÃO ESQUERDA NÃO SAIBA

O QUE DÁ A VOSSA MÃO DIREITA

CAPÍTULO XIII

Itens 17, 18, 19 e 20

EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO

CARIDADE, ORFÃOS, INGRATIDÃO E BENEFICÊNCIA

ALLAN KARDEC

Vergniaud Armando Eliseu  Agosto/2007

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Na piedade é que o nosso coração experimenta a mais dura prova, pois estende a caridade, aos espíritos difíceis de tratar e os excluídos da sorte.

É algo como pescar almas sem rumo e restituir-lhes a esperança na vida.

Apesar das lágrimas, através delas, no estado de nos apiedarmos é que experimentamos o encanto de estendermos a nossa mão no auxílio necessário.

Encanto que infelizmente nasce ao lado da infelicidade, mas em obediência à Lei de Deus que prescreve para todos os seus filhos a oportunidade de regeneração e da felicidade.

A Piedade é a domadora das nossas más tendências expressadas pelo egoísmo e pelo orgulho e leva a nossa alma à humildade.

Quantos filhos apartados dos pais, pelo abandono e em cumprimento à Lei da Vida, encontramos atravessando os nossos caminhos, propiciando nestas oportunidades, testarmos a qualidade de nossos espíritos.

Aí não podemos continuar sem antes estender as nossas mãos, recolhendo-os no aconchego dos nossos corações, num serviço de socorro, impedindo as crianças de se desviarem para a experiência de sentir fome e se enveredarem pelos caminhos das drogas e da criminalidade.

São encontros que nos dão a oportunidade do trabalho agradável a Deus, e que, não raro, é a possibilidade de ajudarmos espíritos que reencarnados, na nossa história de progresso, nos foram caros em outras encarnações.

Alertamos, entretanto, que muitos daqueles a quem estendermos as mãos, esquecerão ou até mesmo poderão pagar com algum mal o bem que fizermos.

Mas, quem sendo piedoso esperar qualquer reconhecimento, estará exercitando o seu saldo de egoísmo, colocando a perder a possibilidade de progressão espiritual com a sua atitude.

Os fracos, em todos os seus matizes, precisam da piedade, pois mais das vezes é o único socorro com o qual poderão contar.

Não esperar o reconhecimento é agradável a Deus e aqueles que assim procederem, levarão para o mundo espiritual legado de extrema utilidade para o planejamento de seu progresso espiritual.

É trabalho em próprio benefício o exercício da Piedade.

A prática da Beneficência não pode olhar a quem está sendo endereçada.

Os Homens no planeta Terra, criaturas de Deus para sua glória, sem exceção de nenhum, são irmãos e como tal têm que receber uns dos outros expressivos reconhecimentos.

Enquanto um apenas estiver em dificuldade, o certo, é que todos se sintam também em dificuldade, pois que o progresso de todos os espíritos se dará concomitantemente e pelo que a história conta nas suas letras eternas, tem mostrado a necessidade de que todos trabalhem remando para o mesmo porto, o porto da boa sabedoria.

Assim, podemos afirmar que todos os seres humanos, desde os mais abastados até os paupérrimos, têm condições de doar alguma coisa. Desde a abundância até a migalha.

 

  

terça-feira, 14 de dezembro de 2021

Aprecie a vida


 

Aprecie a Vida

 

Autora: Beatriz Bargieri Eliseu

 

Pensar no passado é uma perda de tempo

Não pense em algo que fez

Ou que poderia fazer

Aquilo já se foi, mas o tempo...

O tempo não para e a vida continua

 

Pense apenas no agora

Viva hoje, olhando para frente e nunca para trás

Aproveite cada momento de sua vida

 Não tenha medo do amanhã

 

Sinta prazer em ser quem você é

Não perca tempo querendo ser o que você não é

Seja você mesmo!

 

 

Novembro/2021

 

domingo, 12 de dezembro de 2021

Feijoada Maledeta


 

Feijoada maledeta

 

Vernil Eliseu - 26/08/2003

 

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 A minha vizinha e amiga que me ajuda a compreender e a entender o mundo, finalmente, resolveu convidar-me para almoçar na sua casa.

 

Eu, que não sou bobo nem nada, quis saber qual seria o "menu". Mesmo porque comer arroz com feijão eu como em casa.

 

   Ora, seu Vernil, o senhor só vai saber no dia.

    

Insisti, reclamei, mas não houve jeito, tive que me contentar com o convite.

 

Na véspera do dia marcado, desde cedo, cuidei para não exagerar na comida e, principalmente, nas gorduras.

 

Logo no começo da manhã, antes mesmo do café, mastiguei uma folhinha de boldo. Mastiguei outra antes do almoço e outra antes do jantar.

 

O meu intuito era deixar o meu organismo preparado para o que desse e viesse.

 

Cheguei na casa de dona Maria em torno das 10 horas. Havia tomado uma xicara de chá de erva-doce após ter mastigado mais uma folhinha de boldo.

 

Por isso o meu estomago estava totalmente vazio e doendo de tanta fome.

 

— Bom dia pessoal, cumprimentei dona Maria e seus familiares.

 

— O marido dela dedilhava um violão e um dos filhos, meio desafinado, tentava cantar uma canção do momento. Os copos de cerveja estavam todos cheios e no meio da mesa estava uma jarra com caipirinha.

Eu não bebo, ou melhor, eu não posso beber, mas para não fazer desfeita aceitei um copinho de caipirinha e, inexperiente, para não ficar com ele na mão, virei de uma vez só o conteúdo, avaliando que a "mardita" dentro do copo era pouca.

 

Era pouca, mas não para quem não bebe.

 

Senti o líquido descer queimando tudo o que encontrava pela frente. Faltou me ar e os olhos encheram-se de lágrimas.

 

Não reclamei e, por isso, tomei um gole longo de cerveja que estava no copo que me colocaram na mão.

 

A reversão foi violenta e me fez afogar. O acesso de tosse foi sensacional.

 

Com o estomago vazio e aquela agressão que minha ignorância havia permitido, experimentei uma reação como nunca havia sentido.

 

Uma zonzeira tomou conta de mim e não fui capaz de ficar em pé.

 

O mundo parecia um tapete sendo sacudido. Fiquei verde e enjoado.

 

Minha mulher com um pano de pratos, desesperada, tentava produzir o ar que me faltava.

 

Dona Maria veio com um chá de boldo que havia preparado antecipadamente para a ocasião e meteu-me um xicara pela goela abaixo.

 

Aquele amargo foi a gota que fez transbordar a minha desdita.

 

O verde de meu rosto ganhou coloração cinza escuro e eu tive que ser socorrido no pronto socorro da cidade.

 

Dois dias depois, um pouco melhor, soube que havia perdido a melhor feijoada que dona Maria havia produzido.

— Sabe seu Vernil, - dizia dona Maria - tinha paio, calabresa, toucinho, rabo e orelha de porco . . .

 

Tive que sair correndo em direção ao banheiro.

 

Passei quinze dias tomando caldo de galinha.

 

 

sexta-feira, 10 de dezembro de 2021

Natal de Paz


 

Natal de Paz

 

Vernil Eliseu – 23/12/2.004

 

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Embora o nascimento de Jesus tenha sido assinalado por diversos fenômenos brilhantes, o seu grande brilho, no entanto, só foi conseguido depois de dramas, ensinamentos e sofrimentos, terem marcado a sua vida.

O homem Jesus construiu através de muito respeito, obediência e renúncias, a sua personalidade divina.

As curas que promoveu, por sua vontade, mostraram ao povo, naquele tempo, a grande misericórdia de Deus, para que os homens de todos os tempos, a partir de então, fossem despertados para a necessidade de grandes transformações intimas.

Era imperioso o seu testemunho, pois a humanidade, ainda hoje e mais naquele tempo, não se preocupava com a velocidade requerida para o seu engrandecimento espiritual, julgando, erradamente, que só as conquistas da tecnologia, seriam suficientes para atenderem os desígnios das Leis de Deus.

Por isso, tantas coisas mudaram de lá para cá.

Na oportunidade de festejarmos o nascimento do nosso Salvador, tenhamos viva em nossos corações a história da vida de Jesus.

E, porque somos participes de toda evolução, tenhamos como meta especial a nossa possível contribuição, para vencermos de vez a ignorância que nos impede de estabelecermos no mundo em que vivemos a paz que todos queremos sentir neste Natal.

Feliz Natal para todos!

quarta-feira, 10 de novembro de 2021

Quem tem medo da outra vida


Quem tem medo da outra vida?

 

Vernil Eliseu – 17/03/2011

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São tantos os infortúnios nos dias de hoje que cabe a pergunta.

No passado as guerras cuidavam de manter a ida dos Espíritos para o mundo espiritual, numa constância expressiva.

A quantidade de guerras diminuiu, no entanto, as poucas que espocam aqui e ali, a fome pelo continente africano, os terremotos, os tsunamis e as mortes naturais, continuam mandando para o outro lado número expressivo de seres humanos.

Segundo notícias do mundo espiritual, através da mediunidade, informam que o planeta Terra está num momento de intensas mudanças, se preparando para entrar definitivamente no rol dos Mundos de Regeneração e, para tanto, precisa melhorar o nível de moralidade dos seres que encarnam por aqui.

É preciso saber que estes espíritos, que daqui para frente, vão encarnar no planeta Terra, são espíritos que aqui já viveram encarnados, obedecendo a Lei do Progresso, como resultado do aprendizado e das expiações, que funcionam como cadinho para tornar mais puros os Espíritos.

Nesse sentido podemos responder à pergunta: Quem tem medo da outra vida?

Os Espíritos que estão encarnados e continuam viver ouvindo, a todo o momento, as recriminações pelos seus atos descambados para o lado do mal, por certo, têm medo da outra vida, pois quando chegarem ao outro lado, após a sua desencarnação, encontrarão duas probabilidades:

1ª – Reencarnarem, não mais na Terra, mas num planeta de nível inferior, onde terá a missão de viver no meio de seres com moralidade abaixo da sua própria moralidade. Por isso, já saberão o esforço que deverão despender para enfrentar a barra pesada num mundo, que por certo estará saindo do nível Primitivo para um mundo de Expiações e Provas, mais ou menos no nível do Planeta Terra de 4.000 anos atrás ou mais, numa reencarnação incondicional;

2ª- Reencarnarem, mais uma vez no Planeta Terra, para uma última oportunidade de conquistar o direito de acompanharem o Planeta na sua evolução natural, mas pagando o preço alto exigido, tanto de aprendizado como de Expiação, numa reencarnação condicional.

É certo, também, que muitos daqueles que já conquistaram o direito de acompanharem o Planeta Terra na sua Evolução, estão renascendo e poderão ser identificados pela qualidade mental e de conhecimentos natos, surpreendendo todos nós pelas suas atitudes direcionadas pela nova ordem moral que deverá prevalecer no nosso planeta, sempre premiando o bem.

Estes, por certo, não têm medo da outra vida.      

sábado, 6 de novembro de 2021

É preciso coninuar

Dia das mães de 2021

vernileliseu@gmail.com

 

É preciso continuar

No dia das mães deste ano de 2021.

Ano de tristes momentos para os homens.

Eis me lembrando de mamãe e da mulher amada:

Num facho de luz as imagens das duas apareceram sorrindo lindamente e apontando seus corações emitindo verdadeiras chispas e arrebatando carinhosamente a minha atenção.

Não podia ser diferente, pois ambas conhecem o poder do amor.

As lágrimas então, verteram copiosas e quentes, abençoando o momento fugaz.

Fugaz, mas mostrando, que mesmo lá em algum recanto do mundo espiritual, ambas, continuam direcionando o nosso viver, meu, de meus filhos e de meus irmãos, e de todos os da família.

 Torcendo para que nos caminhos da vida, encontremos a razão para sermos os que amam.

As duas eternamente, sabemos, continuarão sendo os nossos anjos da guarda.

Por isso, neste momento que estou me lembrando delas, a minha fé e a minha esperança no futuro melhor se avivam e dou graças a DEUS.




 

É preciso continuar

 

quinta-feira, 21 de outubro de 2021

Cara a cara com Deus







Vernil Eliseu – 12/05/200

A meninada gostava de nadar.

Naquele tempo, décadas de 40 e 50, os ribeirões que ladeavam a cidade, ainda, não eram poluídos.

Nas suas margens se via, ainda, lembranças da mata nativa, que aos poucos foi engolida pelo progresso.

Os poços (lugar onde o ribeirão se alargava) se prestavam à natação da meninada.

Nus, pois as margens dos ribeirões ficavam fora da vista da cidade, bandos de meninos refrescavam-se e deixavam a imaginação de crianças inventar as mais variadas brincadeiras.

Os maiores “judiavam” dos menores.

Quando se dava o último mergulho para limpar-se e voltar às suas casas, lá vinham os maiores com as mãos cheias de barro das margens e lambuzavam o garoto para não os deixar ir embora.

Às vezes, somente com o anoitecer é que se conseguia burlar a vigilância e sair correndo com as calças nas mãos para voltar para casa.

Quantas surras a meninada não levou por isso.

Com o tempo as chácaras foram sendo loteadas e as casas ficaram cada vez mais próximas do ribeirão, e muitas mães mais afoitas, arriscavam ir buscar o filho lá nas margens do ribeirão, voltando com os desobedientes puxados pela orelha.

Aos poucos, infelizmente, o santuário da meninada foi se transformando em cidade e o sonho acabou.

A história a seguir se passou quando entre a cidade e as margens dos ribeirões existiam as chácaras.

Nas caminhadas em direção ao rio, muitas vezes parávamos à sombra de frondosa árvore e nos sentávamos para jogar baralho ou, simplesmente, para conversar.

Os assuntos eram variados. Desde os papagaios (pipas) até os jogos de botões.

Muitas vezes deitados de barriga para cima, olhando em direção onde o sol nasce, a meninada ficava horas e horas contemplando o céu e as nuvens.

Os desenhos que as nuvens faziam para apreciarmos eram em grande quantidade. Leões, cobras, cabras, vacas, homens, mulheres.

Num desses dias, após uma hora de observação, um garoto dos menores, levantou-se e disse:

— Vou indo prá casa que aí vem chuva!

Imediatamente todos se levantaram e foram embora. Apenas eu fiquei.

Os desenhos nas nuvens estavam se formando rapidamente e, devido à velocidade das nuvens, iam se sucedendo encantando os meus olhos.

Absorto na admiração aos desenhos das nuvens não vi as nuvens negras rodopiando que vinham chegando, trazendo chuva.

O primeiro aviso foi um raio, que com estrondo descomunal, cortou a copa de uma árvore há uns duzentos metros lá na chácara da dona Mariquinha.

Sentei-me assustado e ao mesmo tempo a chuva desabou impiedosamente. Com duas pedradas na cabeça e meio atordoado corri para debaixo da árvore, junto ao tronco e ali passei o mais sério apuro de minha vida.

Os relâmpagos cortavam o céu escuro e os estrondos pareciam que estavam acontecendo dentro de minha cabeça.

A chuva de pedras fazia um barulho enorme e as folhas da árvore, embaixo da qual eu estava, pareciam que estavam recebendo um bombardeio e caiam esfaceladas no chão.

As pedras não me alcançavam ali junto ao tronco da árvore e eu arrisquei dar uma olhada para cima.

As nuvens negras e espessas estavam sendo sacudidas de um lado para o outro pelo vento incrivelmente forte e as faíscas pareciam sair daquele caos.

Senti-me infinitamente menor do que já era e sem saber o que fazer chorei o choro dos medrosos.

Parecia que Deus aproveitava-se da ocasião para cobrar-me por todos os meus pecados.

Chorando alto, com o coração aos pulos, lembrei-me das aulas de catecismo e agarrei-me à oração. O Pai Nosso saiu entre soluços e gritos, mas do fundo do coração.

Aí se deu o milagre.

Bem, pelo menos eu acho que foi um milagre.

As nuvens negras que não paravam de rodopiar formaram um rosto sereno e eu juro que ouvi sair dela uma voz firme e doce que disse:

— Não chores. Vá para a casa e peça desculpas à sua mãe.

O vento foi parando. As nuvens tomaram um tom mais acinzentado e parando de rodopiar começaram a caminhar, rapidamente, formando novos desenhos. Desenhos de anjos que mudavam para desenhos de harpas, outros cachorrinhos brincando, até que a chuva parou.

Saí como uma flecha e cheguei em casa em tempo recorde. Entrei ofegante e parei na porta da sala para cozinha e falei em voz alta e nunca usada.

— Mãe me desculpa tá.

Minha mãe, que passava um café cheiroso para a gente tomar, comendo um virado de bananas com farinha de milho, que já estava fatiado sobre a mesa, olhou-me espantada, sem entender o que estava acontecendo, falou:

— Me deixa ver se você está com febre!

 

 

 

terça-feira, 19 de outubro de 2021

O Banquete dos Deuses



29/08/2021

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A dona Escalina, uma senhora negra, alta, bonita, esposa do seu Zé Fumaça, comandava a garotada da rua 13 de maio.

Os iças, parecia, que nasciam do chão e com voos inseguros povoavam os ares da rua.

A garotada (naquele tempo molecada) arrancavam as camisas e começavam a caçada aos iças.

Dona Escalina, sem pressa, ia recebendo o produto das caçadas de cada um dos garotos, cujos olhos brilhavam, pensando no banquete de logo mais.

Para muitos dos garotos aquele banquete que se anunciava era, nada mais nada menos, que a mistura que comeriam naquela tarde.

O número de garotos era de mais de 10, com suas camisas espanando o ar e derrubando os iças, gordinhos e de sabor gostoso.

Da empreitada participavam, também, a Amélia e a Zezé, filhas adotivas de dona Escalina, cujo nome verdadeiro não tenho a certeza se era este.

A caçada era incansável e o produto de tantas “camisadas”, quase sempre enchia uma bacia, tão usadas naquela época (fim da década de 40 e início da década de 50).

A dona Escalina e suas filhas, começavam a preparação para aprontar os iças.

A parte usada era o bum-bum dos iças, gordinhos e de recheio abundante.

As vezes o Iça ia pra chapa quente inteiro.

Na verdade, os garotos sentavam se ao redor da bacia e começavam a degustação prolongada dos iças torradinhos.

Se inteiro separavam o bum bum do resto.

Era uma verdadeira festa, cujo costume, desapareceu na poeira do tempo.

Hoje dificilmente se vê um iça voando no ar da cidade e, por isso, os garotos de hoje, infelizmente não vão conhecer o banquete igual ao que a Dona Escalina proporcionava para todos os garotos da rua e adjacências.

Dona Escalina impunha respeito com a sua altura sem, entretanto, erguer a voz para chamar a atenção dos garotos.

Um tempo de coisas bonitas, mesmo que estranhas para os dias de hoje mas, de grande congraçamento dos vizinhos da rua 13 de Maio.   


sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Orar é Preciso


Orar é preciso

Vernil Eliseu – março de 2.012      

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Olhando pela minha janela, naquela manhã de Sol, chamou-me a atenção uma Rosa Vermelha do meu pequeno jardim.

Acostumado com os solavancos impostos pelas coisas da vida, que obriga todos os seres humanos a se desdobrarem em atitudes, mesmo assim, em absoluto deleite, comecei a admirar a linda Rosa Vermelha.

Apesar do calor, que já se mostrava abrasador àquela hora da manhã, pude começar a apreciar o quadro que se desenhava diante de mim, pelas gotas de orvalho que se equilibravam na Rosa Vermelha, quais verdadeiras malabaristas abrilhantando um maravilhoso espetáculo.

O cintilar do vermelho das Rosas Vermelhas e do brilhante das gotas de orvalho construíam no ambiente onde estavam todas as possibilidades da beleza universal.

Foi um raro momento.

Não sei se em voz baixa ou mesmo em pensamento, comecei a agradecer a Deus pela beleza que nos destinou.



“Obrigado meu Deus pelas cores desta manhã, pelos cantos dos passarinhos, pelo roçar das folhas, que nas suas danças patrocinadas pela força do vento, é a música da natureza a complementar o quadro maravilhoso desta manhã; que o meu coração de homem do mundo, abençoe esta oportunidade de perceber esta maravilha da sua natureza e que os corações de todos os homens sejam tocados pelas suas mãos para que eles, também, tenham a sensibilidade de perceberem a maravilha da sua grande obra.”

Foi uma oração simples, igual às que todos temos oportunidade de fazer, pelo simples fato de que em todas as manhãs acordamos olhando as maravilhas do nosso Criador.

Sei que, infelizmente, não acontece simples assim, pois muitos dos seres humanos, apesar de olharem, por causa da dureza de seus corações, não conseguem ver o grande presente que Deus nos deu a todos.

Orar é preciso e, por isso, aprender a orar é preciso.

Assim, tudo que temos à nossa volta, nossos irmãos, a natureza, os animais e todos os nossos problemas, têm que ser vistos com olhos de ver e com o coração de agradecer, pois tudo, absolutamente tudo, faz parte do tempero que promove o nosso progresso espiritual, e apesar de qualquer rumo que tudo isso tome, nos lembremos de fazermos a nossa oração. 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo

(2) NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO

 

Cap.IVEvang.Segundo o Espiritismo

         (João, Cap.III, v. 1 a 12.)

 

Vernil Eliseu – 19 DE abril de 2007 – revisão.

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(3)   A afirmação de JESUS sobre a reencarnação de ELIAS como JOÃO BATISTA e  sobre a necessidade de NASCER DE NOVO PARA VER O REINO DE DEUS, estabeleceram a distinção entre o ESPIRITO E O CORPO; consagraram a PRÉ-EXISTÊNCIA DA ALMA e, por conseguinte, a PLURALIDADE  DAS EXISTÊNCIAS.

 

(4) OS JUDEUS TINHAM UMA VAGA NOÇÃO SOBRE CORPO E ESPÍRITO E CHAMAVAM DE RESSUREIÇÃO O QUE O ESPIRITISMO, MAIS TARDE CONFIRMOU COMO REENCARNAÇÃO.

 

(5) SE UM HOMEM NÃO RENASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO, NÃO PODE ENTRAR NO REINO DE DEUS.

O QUE É NASCIDO DA CARNE É CARNE, E O QUE É NASCIDO DO ESPÍRITO É ESPÍRITO.

 

(6) AQUELES DO VOSSO POVO QUE SE TENHAM FEITO MORRER, VIVERÃO DE NOVO; AQUELES QUE ESTAVAM MORTOS AO REDOR DE MIM, RESSUSCITARÃO (REENCARNARÃO)

Isaias, cap. XXV, v. 19

 

 

(7) TERMINANDO OS DIAS DE MINHA EXISTÊNCIA TERRESTRE, ESPERAREI, PORQUE A ELA RETORNAREI.

VERSÃO DA IGREJA GREGA DE JOB, CAP.XIV, v. 14

 

(8) OS LAÇOS DE FAMÍLIA SÃO FORTALECIDOS PELA REENCARNAÇÃO.

OS ESPÍRITOS FORMAM NO ESPAÇO, GRUPOS OU FAMÍLIAS E SE SENTEM FELIZES POR ESTAREM JUNTOS.

 

(9) A ENCARNAÇÃO NÃO É UM CASTIGO, ANTES É O MEIO PELO QUAL O ESPÍRITO PROGRIDE, EM MEIO A SOLUÇÕES DE PROBLEMAS, ATÉ A ANGELITUDE.

O LIMITE DE ENCARNAÇÕES É MARCADO PELO SÁBIO QUE AGE COM PERFEITA SABEDORIA.

     

 

(10) VIVER E APRENDER COM AS EXPERIÊNCIAS DE CADA VIDA, DOMINANDO OS INSTINTOS, APURANDO O RACIOCÍNIO NA UTILIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS AMEALHADOS É A ROTINA DO ESPÍRITO ATÉ AS CULMINÂNCIAS DO SEU CRESCIMENTO, GALGANDO PASSO A PASSO, A ESCADA EVOLUTIVA EM DIREÇÃO AO CRIADOR.

     

     

(11) NUMA SÓ VIDA SERIA IMPOSSÍVEL ATINGIR TAL PERFEIÇÃO, DAÍ A NECESSIDADE DE NASCER DE NOVO, OU SEJA, DE REENCARNAR PARA QUE O APRENDIZADO SEJA ALCANÇADO E O ESPÍRITO CADA VEZ MAIS SÁBIO, POSSA VER O REINO DE DEUS.

 


terça-feira, 10 de agosto de 2021

Lágrimas



Lágrimas

vernieliseu@gmail.com

Ontem choveu lágrimas de mil almas,

caladas pelos beijos sem escrúpulos da vida.

Um lamento mudo.

 

É o rompimento brusco da carne,

que ferida pelo pecado,

sangra as dores do prazer.

 

É o início da caminhada sem regresso,

pela estrada, com soluços e sorrisos,

enfrentando os dissabores das vaias

e a euforia do sucesso.

 

É o desgaste inumano da potência,

a dispersão das vontades,

a enfermidade do mundo,

que se impõe pela violência.

 

Para depois, de joelhos,

em súplicas, rogar clemência.

  

Mais uma vez Jesus venceu


Mais uma vez Jesus venceu

Dito Flautista sentou-se à frente dos dois amigos, Zé Lopes e Zé Gostoso.

Os dois amigos entreolharam-se perplexos. Nunca haviam visto tanta luminosidade irradiada de um ser, como naquela manhã, irradiava o amigo Dito Flautista.

Zé Gostoso que era mais antigo no grupo comandado por Dito Flautista, não se contendo, perguntou:

- Amigo, amigo, conte o motivo de tanta luz. Por acaso você acabou de receber alguma benção divina?

- É, meu amigo, as graças do nosso criador são muitas e misericordiosas. Imagine você que fui agraciado com uma ida à crosta terrestre com direito a assistir um espetáculo teatral e, claro, colaborar na assistência espiritual.

Zé Lopes, com a curiosidade aguçada, perguntou:

- Onde foi assistir o espetáculo teatral?

- Foi em Araras, na nossa terra. Vocês não imaginam o quanto foi gratificante. Na verdade, não havia muito que fazer, pois o teatro pertence a uma casa que há muitos anos vem prestando serviços no campo espírita e estava muito bem protegida. O que fizemos foi dar um brilho a mais. Ficou muito bonito, depois de pronto o esquema de segurança. Quem viesse do alto, e foram muitos os que vieram, tinham como guia a luminosidade do local que de tão acentuada ultrapassava a atmosfera terrestre. Tivemos visitantes ilustres e, o melhor, foi a grande quantidade de espíritos que necessitavam de esclarecimentos, que compareceram.

Os dois “Zés” estavam bebendo as palavras de Dito Flautista. Zé Gostoso perguntou:

- Qual era a história da peça?

- Era sobre os ensinamentos básicos do espiritismo. Uma boa parte dos encarnados que foram assisti-la não conseguiram entrar e os promotores já marcaram uma reapresentação em outro local para que estes possam ver a peça. Quando chegar a ocasião, com certeza, vocês serão convidados a prestar serviços e assisti-la.

A trama focava a Lei de Causa e Efeito, com o começo do drama desenrolando-se no tempo do Império Romano, onde as paixões desmedidas, a ganância, o egoísmo, a inveja e muitos outros males  eram exacerbados, provocando crimes e perseguições entre os Romanos e, principalmente, aos Cristãos, que como vocês sabem, sofreram muito naquela época.

O texto forte, ágil, escorado por cenas sustentadas por maravilhosas interpretações, cumpriu o objetivo de ensinar aos assistentes verdades da vida. Guardada as devidas proporções, considerei a peça uma mega produção. O guarda roupa foi de um bom gosto ímpar e bem confeccionado. Os pequenos detalhes, vasos, estatuetas, cadeiras, tudo, bem distribuído em cena. O vai e vem dos atores e atrizes, ao final de cada cena, arrumando o cenário para a próxima cena, foi perfeito. Enfim, todos os detalhes de posicionamento e de expressões interpretativas estiveram em alto nível. A direção da peça esteve perfeita.

Para vocês terem uma idéia, para não alongar-me muito, o momento em que o pai adotivo do jovem que estava se drogando, instado pelo espírito da filha, desencarnada já há algum tempo, aceita a tarefa de ajudar o jovem, com muito amor, a regenerar-se sob as bençãos de Jesus..

Para mim, em virtude do trabalho que estamos desenvolvendo, foi o melhor da peça. Eu penso que o amor demonstrado por aquele pai, antes tão duro, e o sucesso da sua determinação, ensinou muitos dos presentes como encarar este problema. Jesus venceu mais uma vez. Foi um espetáculo inesquecível.

- E as mães da Praça Barão de Araras, como está o trabalho de divulgação?

Zé Lopes e Zé Gostoso, saíram do estado de admiração pelo relato do sucesso da peça que foi encenada em Araras, no Instituto de Difusão Espírita – IDE, no salão azul. Zé Gostoso, limpou a garganta e respondeu:

- O nosso trabalho de intuir todas as mães das vítimas da desesperança continua nas 24 horas do dia. Isto é coisa que demora e, por isso, não devemos esmorecer.

Os três amigos, orando e com um sorriso nos lábios, encaminharam-se para a grande praça de onde uma luz indiscritível emanava e a música bonita se fazia ouvir. Um merecido descanso para os soldados da esperança. 

Revivendo

Revivendo

 

Vernil Eliseu, 14/10/2005 –

vernileliseu@gmail.com

A noite estava tranquila

A praça apesar da falta de cuidado, com a presença de papeis e plásticos espalhados pelo gramado, ainda assim, era de aspecto romântico.

 

A banda não viera, estava participando de um festival que, provavelmente, deve ter vencido.  Ocupavam o direito de dar o espetáculo, alguns cantores e músicos, fazendo rolar boa música.

 

O dia havia sido especialmente quente e no horário que chegamos à praça começou a soprar um vento fazendo a temperatura ficar muito agradável.

 

Não havia muita gente. Era ambiente de recordação e poesia.

 

A primeira árvore, alta, junto ao passeio interno da praça, era figura que chamava a atenção de todos. Esbranquiçada, desde o tronco até os galhos mais altos, sem muitas folhas. Parecia um ser que vindo diretamente do frio havia se esquecido da chegada da primavera e não se vestira a caráter, destoando na composição do lindo ambiente.

 

Entretanto, como se fora a sua madrinha, ciosa do bem estar da afilhada, a lua nova pendurou-se no céu e permitiu que entre os galhos da árvore esbranquiçada, todos nós, ficássemos deslumbrados com o quadro digno de um mestre do pincel. Gastamos gostosos minutos olhando para o céu.

 

O único par que se arriscou a dançar davam passos graciosos em coreografia especial e do palco dentro do coreto a cantora, afinadíssima, cantava OUÇA. O momento trouxe à tona as nossas melhores recordações de um tempo que não volta mais.

 

Dona Maria uma amiga que me ajuda a entender e a compreender o mundo em que vivemos, diz sempre: Ficou a experiência e esta não se apaga e nem se afasta de nós, por toda a eternidade.

 

É a sabedoria de Deus que nos quer mais e mais experientes para que, quando chegarmos lá no céu, possamos reviver os momentos poéticos de nossas vidas com grande intensidade.