sábado, 10 de abril de 2010

As pequenas gigantes

A semana foi particularmente tumultuada.

Imaginem que as formigas resolveram atacar o meu pequenino jardim e estão acabando com os brotos das roseiras.

Quando não entendemos da coisa a tendência é a complicação tomar conta e os desentendimentos, como milagres às avessas aparecem para complicar, ainda mais, os problemas.

A roseira amarela, cuja muda ganhei e que já tinha um lindo broto, parece, foi vitima, também, destas pragas vorazes e diminutas, que nunca param para que possamos dar-lhes umas chineladas.

Está certo que as formigas precisam destes brotinhos para que as suas refeições possam ficar garantidas, lá nos misteriosos e profundos formigueiros, mas bem que elas podiam ter escolhido brotos de outras plantas.

Tanto capim aqui e por toda a parte e elas escolhem exatamente os brotinhos das plantas mais bonitas.

Pensando bem, bem mesmo, ao final vamos ver que elas são iguaizinhas aos homens. Quem é que troca um belo contra filé por um bife batido de coxão duro? Ou então, troca um bom filé de dourada por uma sardinha enlatada? Ou ainda, quem haverá de trocar um mingau de maionese com creme de cebola, por um bom bolinho de bacalhau.

Então nada a reclamar das formigas.

Porém o problema exigia uma atitude e fui ter com a minha amiga, Dona Maria que me ajuda a compreender e a entender o mundo em que vivemos.

— Bom dia dona Maria.

— Bom dia seu Vernil.

— Vim pedir socorro à senhora, pois as formigas estão acabando com o meu pequenino jardim!

— Bateu na porta errada, seu Vernil, o meu problema é igual ao do senhor, pois as danadas das formigas estão atacando as minhas plantinhas também. Já fiquei de guarda por quase um dia inteiro e as danadas, tenho certeza, se fazem invisíveis e levam os brotos mais bonitos. São danadas as pequeninas.

Visto a realidade, resolvemos depois de consultar um vizinho que nos pareceu um tanto sábio, investir numa pastinha que prometia acabar com todas as formigas.
Eu fui o escolhido para ir ao supermercado comprar a pastinha da salvação. Havia 3 marcas e, todas elas, se diziam milagrosas no combate às formigas. Os preços estavam salgados para nós aposentados, mas no final comprei uma de caixa mais bonita e me juntei à dona Maria para a grande batalha.

Na casa de dona Maria, eu procurei, o marido dela procurou, ela própria procurou e nada de acharmos o bendito formigueiro onde deveríamos aplicar a pastinha.

— Vamos lá na minha casa, talvez seja mais fácil.

Que nada. Procura aqui, procura ali, chamamos um dos vizinhos para ajudar e nada dos benditos formigueiros aparecerem.

Por fim combinamos espalhar pelos canteiros e vasos a tal de pastinha para ver o resultado.

Estamos agora na expectativa do resultado.

Mas já é consenso entre eu e minha amiga que, caso não se resolva os problemas da minha e da sua casa, iremos buscar na zona rural um especialista em guerrear com formigas, pois o show que as bandidas estão dando em todos nós já passou dos limites e, agora, o caso virou questão de honra: ou acabamos com as formigas
. . . ou, então, vamos ter que mudar de casas.

É bonito isso?

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