domingo, 8 de agosto de 2010

Meu Pai, meu Anjo da Guarda

O frio de agosto, surpreendente, não conseguia assustar pai e filho, pois eram imunes a ele.

De mãos dadas, passos lentos, com os olhos perdidos na linha do horizonte, onde os reflexos do sol da manhã antecipavam um dia de grande luminosidade, mostravam a grande satisfação de estarem juntos.

O filho, mais alto e mais forte, sorridente, mostrava no “Dia dos Pais”, a grande alegria de poderem estar juntos outra vez.

O Pai apesar de ter mais idade, com o rosto sem rugas, curtia aquele momento qual fosse um atleta em grande forma.

Lembrava, no silencio que faziam na caminhada alegre, dos primeiros dias de vida do seu filho.

Pouco chorava e mamava com grande desenvoltura. Ganhava peso rapidamente e o seu crescimento acontecera sem percalços, a não ser os de praxe de todas as crianças. Graças às vacinações as doenças, tão temidas, ficaram reduzidas às gripes e, mesmo assim, por causa dos descuidos na época do inverno.

Já moço, prometia, pela saúde que tinha uma vida cheia de venturas.

Infelizmente não havia sido tão fácil assim.

Não conseguira, por causas das companhias e a ânsia de viver intensamente, o equilíbrio necessário para se desvencilhar das más atitudes.

Parecia querer viver num só dia todas as venturas de uma vida inteira.

Assim, namorou, negociou e, finalmente casou-se, sem que as pessoas que lhe atravessaram o caminho tivessem despertado nele o mínimo de respeito.

O seu modo de vida repercutia na vida de seus pais que, sem terem como intervirem sofriam intensamente.

O tempo, no entanto, trabalha incessantemente em favor dos que precisam retornar aos trilhos do progresso do ser.

O pai já havia partido para o outro lado do espelho e, sem ser uma imagem foi, ininterruptamente, a presença de boas intuições.

Graças a isso e os embates da vida, que corrigiram os sucessos e temperaram com agudos desconfortos os momentos, levaram o filho para o mundo do respeito aos seus companheiros de vivência.

Por isso, em virtude do merecimento, que afinal conquistaram, os dois, já no mundo dos espíritos, ganharam a graça deste passeio nesta manhã tão bela.

Uma história simples não fosse indicativa do grande amor de Deus por todos os seus filhos, permitindo que pai e filho sob planejamento da progressão do Espírito pudessem se reencontrar na paz resultante da conquista de cada um.

Quantos filhos neste momento, neste dia dos Pais, não estarão de coração chorando em virtude de não terem tido quando puderam, com os seus Pais a convivência de compreensão e tolerância.

A estes é que dirigimos a nossa mensagem, na certeza, que ainda não é sem tempo.

O Amor verdadeiro, que nunca se cansa e é abundante em nossos corações, pode coloca-los em rota de reencontro com seus Pais, para um passeio, por entre árvores, flores e sob os primeiros raios de sol de um dia de brilhante saudade.

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