Existe uma história sobre os exilados de Capela.
Capela seria uma, ou como eu acredito, é, uma estrela da Constelação do Cocheiro, da qual o planeta Terra herdou as almas que não conseguiram acompanhar a sua progressão.
A história afirma que os que não eram bons lá, acabaram por se constituir nos bons daqui desta morada que Deus nos destinou.
Acho isso muito correto, pois que temos aqui na Terra, espíritos de todos os matizes, graduados em diversos lugares da escala da moralidade.
Isso, de certa maneira, explica tantos desatinos.
Em todos os setores temos os bons e os maus a proporcionarem uma vivência social atritosa e dura de ser suportada e que muitas vezes descamba para as raias da desesperança.
Fui consultar Dona Maria, a minha vizinha que me ajuda a compreender e entender o mundo em que vivemos e ela me afirmou:
— Ora seu Vernil, isto é coisa de Deus. Nós, suas principais criaturas, nada aprenderíamos se não fossem as vivências dificultosas. Veja o senhor que, graças aos percalços que todos experimentamos, sejamos pobres ou ricos, pretos ou brancos, religiosos ou não, o entendimento que temos dos nossos companheiros de viagem terrena se avoluma e não raro surpreendemos alguns de nós nos esforçando para fazer realidade o conselho de amarmos-nos uns aos outros.
Ponderei:
— Mas, Dona Maria, alguns sofrem demais!
E na sua sabedoria que aprendi a respeitar, Dona Maria respondeu:
---Agora o senhor está querendo demais do meu entendimento, no entanto, seu Vernil, posso lhe afirmar que o que devemos fazer para não atrapalhar e sim ajudar é vivermos as nossas vidas, como se hoje fosse o nosso último dia, confiando assim, no nosso Deus, que nos Criou, não para brincadeiras, mas para sermos testemunhas de sua grande bondade.
— Diante dessa afirmação, despedi-me de Dona Maria e continuei o meu caminho para o trabalho, assoviando uma canção muita antiga, da qual nem sequer lembro-me do nome.
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