sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Aumento abusivo

Em um túmulo no Cemitério na cidade de Araras, mais de meia noite, transcorria em fervorosa discussão uma assembleia para tratar do problema do valor que um morto vai pagar para ser enterrado nele.
O aumento, abusivo, foi para mais de 100%, descumprindo a carta magna, que estipula aumentos no mesmo valor da variação da inflação.
Um dos esqueletos muito nervoso recebeu uma reprimenda expressiva daquela caveira que era o presidente da reunião: Meu amigo pare de tremer, os seus ossos estão tilintando como taça de cristal, e o barulho está atrapalhando a reunião.
O esqueleto, coitado, de cabeça baixa murmurou: É mais forte que eu, não consigo conter a minha indignação e não paro de tremer.
Afinal como reagiremos a este abuso, pois se deixarmos barato, sem que ninguém venha a ser enterrado no nosso Cemitério, ficaremos sem população para contribuir com a Aposentadoria dos defuntos mais velhos e assim, teremos que cortar gastos. Isso vai ser um atraso na nossa “vida”.
Quem sabe se convidarmos um ou mais vereadores para participar das nossas reuniões, não sensibilizaremos o legislativo e ele casse este aumento abusivo, falou esqueleto de voz grossa.
É podemos tentar, respondeu o presidente.
O esqueleto que ainda tremia gritou: Eu não acredito nesta gente. Principalmente depois que ouvi aquela entrevista do ex-vereador Manézinho.
O presidente da assembleia soltou o ar do “pulmão” e disse: É eu acho que não temos muita escolha. Ou fazemos um “rolezinho” para cobrar explicações e caia o aumento ou então, vamos todos para o Cemitério dos Eucaliptos.

A reunião foi encerrada pelo Sr. Presidente mas, todos os esqueletos ficaram por muito tempo,  até altas horas, discutindo o assunto.