Calor humano
Vernil Eliseu – 13/06/2007
vernil@linkway.com.br
O dia dos namorados passou.
Já não se comemoram o dia dos
namorados como antigamente.
Antigamente neste dia as
praças da cidade ficavam cheias.
Casais de namorados passeavam
de mãos dadas, trocando olhares e promessas de amor eterno.
As lojas, como hoje, ficavam
abertas até mais tarde e ficavam cheias de clientes comprando num último
esforço financeiro o presente para a outra metade da laranja.
Imaginem, as flores eram as
mais escolhidas.
Ramalhetes, rosas solitárias,
buquês, ganhavam a companhia de um cartão perfumado com poemas de amor escritos
em caligrafia impecável.
O dia dos namorados era o
mais escolhido para se ficar noivo.
Era o dia da grande aventura,
de encarar o velho e pedir a mão de sua filha em casamento.
Era o dia em que a filha do
velho passava a ser a namorada permanente.
Fruto desses pormenores,
românticos, antigos, mas muito bonitos, alicerçava-se o casamento, a família
que desafiava o tempo e arrumava o caminho para o sucesso dos filhos.
Até por decurso de prazo e
por mal observador que somos hoje não sabemos a quantas andam estes pormenores
do dia dos namorados.
Imaginamos que a tal de
internet deve ser o meio através do qual as juras de amor são trocadas hoje em
dia e não podemos deixar de sentir, não dó, mas uma tristeza de saber que os
namorados se informatizaram tanto e deixaram de lado o calor da presença da mão
na mão, do olho no olho, do coração no coração.
É, no entanto, o preço a ser
pago pelo progresso.
Mas, puxa vida, será que
juntamente com este progresso espetacular que o mundo da informatização
propicia não poderíamos experimentar, também, um progresso no relacionamento
humano, direto, cara a cara.
Sabemos que esta necessidade
do calor humano é intrínseca no homem e mesmo que por agora anda meio que
escondido, num momento qualquer, apesar das ondas cortando os ares ele se fará
presente.
Não sabemos o dia de amanhã.
Mas temos a nítida impressão
e até temos medo de que quando este momento vier os namorados de hoje não
estejam preparados para recebê-lo.
Por isso, desculpem o fora de
moda da nossa confissão, estamos nos colocando no papel daqueles que sem poder
mover a pá da compreensão, se colocam na posição de esperançosos e com as suas
orações almejam de uma maneira ou de outra, ajudar o coração dos jovens na
compreensão de que eles precisam se preparar para o calor humano.
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