quinta-feira, 1 de março de 2012

Povo Feliz

Eh, ôô, vida de gado
Povo marcado, ê

Povo feliz
...
Zé Ramalho

O poeta Zé Ramalho de invejável sensibilidade, na sua música Vida de Gado, alerta os homens para as condições que lhes são impostas pelas elites.
E vai mais longe, deixa entrever que o homem aceita estas condições, que, segundo ele, são humilhantes.
Longe de querermos balizar o ilustre autor, no entanto, ousamos aprofundarmos na analise do texto, segundo nosso inferior entendimento.
A letra é tudo aquilo que ele quis dizer e mais.
Mostra que dos entreveros dos anseios dos homens, nasce a vivência de dependência, de alegria, de tristeza, de conhecimento e, principalmente de experiência. 
Essa bendita experiência, em gotas homeopáticas, acaba ao fim de um tempo, sendo assimilada pelo homem, que norteia as suas futuras atitudes levando-a em extrema consideração.
Assim, essa aparente aceitação das coisas, que segundo o agudo entendimento do autor, é pura e simplesmente, o amém do homem, não passa de mais uma martelada no ferro quente para que ele vá tomando a forma do desenho ideal.
Fazendo uma analogia, mais do que simplória, os belos e expressivos versos do poeta, então, seriam o momento do mergulho do ferro em brasa martelado, na água fria para ser checado se a obra do artista está tomando o jeito que se precisa.
Portanto, não se deve dar ao homem o encargo de fazer aquilo que ele, ainda, não aprendeu a fazer. É preciso malhar o ferro em brasa das possibilidades do homem, até que um dia, por sabedoria, de tanto ter uma vida de gado, ele naturalmente faça o que Deus quer que ele faça eternamente: Amar o seu irmão como a ele mesmo.
Daí, com certeza, o homem não fará parte do povo marcado, para ser feliz.


Nenhum comentário: