quinta-feira, 27 de março de 2008

Costumes de ontem



As noites do mês de março, naquele tempo, eram bem frias, nas sextas-feiras santas.
O frio, no entanto, não impedia que o jardim da Praça Barão de Araras ficasse cheio de gente.
Eram os moços e moças que aproveitavam a espera da procissão para usar o melhor meio de paquera daquela época.
O ambiente era, no mínimo, espetacular.
O matraquear das matracas em volta da Igreja Matriz, acionadas pelos coroinhas (espécie praticamente extinta), uns mais outros menos entusiasmados, juntava-se aos mais católicos que rezavam lá dentro da igreja, guardando o corpo do Cristo e mais moços e moças no passeio interminável das voltas em torno do jardim.
Na verdade o clima de consternação pelo sofrimento de Jesus terminava na linda procissão do encontro, cujo momento máximo acontecia na praça do filtro, na frente do Instituto N.S. Auxiliadora. A representação do filho encontrando a mãe era um momento de eterna ternura.
Havia, é claro, uma certa dispersão dos propósitos religiosos naquelas noites, mas na grande maioria, os ararenses que se dispunham a participar dos eventos mostravam uma religiosidade que até hoje permanece, se bem que em demonstrações diferentes daquele tempo.
Enquanto no entorno da Matriz se desenrolava a religiosidade, acontecia na cidade, nos seus pontos mais distantes, escuros e misteriosos, os costumes estranhos que até hoje não conseguimos entender. (Caso alguém queira explicar, favor fazê-lo através do nosso endereço eletrônico).
Naquele tempo os portões das casas não eram, ainda, verdadeiras fortalezas. Eram mais que tudo peças de enfeite da frente da casa.
Pois bem, pessoas de bons antecedentes, dispunham-se a retirá-los e escondê-los nos matos que circundavam a cidade. As vítimas dessas bobagens tinham grande trabalho para localizar os portões e alguns, as vezes, tinham que mandar fabricar outros para repor.
Paralelamente aos sumiços dos portões havia, também, grupos que se ocupavam de sorrateiramente (para não dizer roubar) pegar galinhas em galinheiros da cidade, que viravam pratos suculentos, principalmente, a polenta com galinha.
Eram costumes que, evidentemente, pela sua natureza foram perdendo a força.
O duro é que agora, pelo recrudescer da bandidagem, chegamos a Ter saudades desses costumes, que se incomodavam com o desaparecimento de bens materiais, tinham um romantismo de ser praticados uma vez por ano, dentro de uma inocência, que hoje não vemos mais.
Segundo dona Maria são os sinais do tempo.
Concordo mas, com veemência, próprio de quem viveu aqueles tempos, digo:
— Porque será que os sinais do tempo não mudam só as coisas ruins dos costumes dos seres humanos?
Dona Maria replica:
— O que seria do aprendizado do homem? E a sua necessidade de enfrentar desafios para crescer?
Depois dessa, só me resta fechar os olhos para ouvir as matracas, rezar e lembrar-me da beleza dos moços e moças dando voltas no jardim.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Capítulo XX - Os Trabalhadores da última hora - 1


NÃO SE PREOCUPE COM A DISTANCIA DO HORIZONTE, PROCURE VER NELE AS MÃOS DO NOSSO CRIADOR.
OS TRABALHADORES DA ÚLTIMA HORA
Capítulo XX - Evangelho Segundo o Espiritismo
(Mateus, cap. XX, v.1 a 16)
VOCÊS SE LEMBRAM DA HISTÓRIA DO REI DERROTADO E A ARANHA INSISTENTE.
AS DERROTAS SÃO ÚTEIS POIS NOS PREPARAM PARA AS GRANDES VITÓRIAS.
O HOMEM NASCEU PARA VENCER.
Lembramo-nos dela porque, de certa maneira, ela exemplifica este capitulo do Evangelho.
A vitória, não acontece desde logo.
As batalhas têm que se transformar nos bons combates. As derrotas nos ensinam e nos fazem mais experientes, nos preparando para a grande vitória.
É assim que devemos viver as nossas vidas. Jamais desistirmos de seguir os ensinamentos de JESUS ao combatermos os bons combates.
Estaremos derrotados algumas vezes e prontos para recomeçar a dar o nosso testemunho.
Estaremos sofridos algumas vezes e prontos para vivenciarmos o amor que ELE nos legou.
Estaremos encolhidos algumas vezes e prontos para levantarmos a bandeira da paz que ELE nos prometeu.
O tempo para nós deve ser uma sucessão de experiências do passado transformadas em vivência útil do presente para sermos melhores no futuro. Tal é a lei da evolução espiritual.
Sabemos que o nosso PAI CRIADOR, mesmo que cheguemos até ELE na última hora, entenderá que os nossos bons combates nos atrasaram e, portanto, nos receberá com o SEU imenso amor, o mesmo amor que ELE dedica a todos os seus filhos.
O TRABALHO ENOBRECE O HOMEM E SE CONSTITUI NO MAIS EFICAZ MODO DE PROGRESSO ESPIRITUAL.

quinta-feira, 20 de março de 2008

Coelhinho da Páscoa

O coelhinho saltitante, num salto mais alto, ultrapassou a altura da janela e olhou para dentro da casa simples.
Repetia:
— Estou vendo crianças sem sorrisos, isso não é bom. Bom Bom.
Nesta história os coelhinhos falam.
— Como fazer, pois tenho que fazer com que essas crianças voltem a sorrir. Bom Bom.
Lembrou-se o Coelhinho da sua infância, da sua família e do grande número de irmãozinhos.
Nesta história os coelhinhos lembram-se.
Lembrou-se do medo que sentiam para buscar alimentos. O tempo frio não favorecia as plantas tenras e, ainda, sempre havia o perigo das feras que comiam os coelhinhos.
Mamãe coelha precisava mostrar destemor e se aventurava fora da toca para localizar os melhores lugares, onde os seus filhotes pudessem comer e crescerem belos e branquinhos.
Papai coelho, coitado, era aquele que se oferecia para ser perseguido pelos predadores. Graças à sua saúde a custa de muitas carreiras pela floresta e no fofo da neve, lograra, até ali, chegar à toca são e salvo. Mas, à custa de muito esforço.
Quando todos estavam dentro da toca, sem fome e contentes, cantavam e se divertiam.
Nesta história os coelhos cantam e se divertem, também.
A história da Páscoa e da Ressurreição de Jesus é, com boa vontade igual à história do nosso coelhinho.
A vinda de Jesus à Terra deveu-se ao estado em que se encontrava a humanidade.
Naquele tempo a vida não tinha grande valor e os fortes impunham aos mais fracos um estado de escravidão.
Assim, Cristo olhou pela janela do mundo e viu muitas lágrimas por aqui.
Apressou-se a vir trazer o pão da vida, e disseminar o amor, como remédio infalível para a fome de justiça.
Desde então o homem experimentou mais rapidez no seu progresso, como nunca havia acontecido na sua história.
Por causa disso Jesus enfrentou fora de seus domínios a inveja dos predadores e através do esforço da morte física, retornou à sua toca, lá no seu reino divino, são e salvo, tendo cumprido a sua grande missão.
Nós todos seus irmãos, por isso, temos motivo para festejar e cantar.
Os refrões das nossas canções são os Evangelhos, que fazem parte da canção do crescimento da humanidade.
São, também, os Bombons que adoçam a boca e a vida.
Os nossos corações, precisamos explicar, nunca mais foram os mesmos.
Os nossos corações, não se cansam de falar, entre uma batida e outra. Nessa história os corações falam como nunca falaram.
— Bombom! Bombom! Bombom!. . .

segunda-feira, 17 de março de 2008

Eterna união



Como se fossemos átomos, cada um de nós é o elo da grande corrente que representa a humanidade.

Assim somos indivisíveis e, por isso, somos eternamente unidos uns aos outros.

Não se pode conceber destino diverso para cada um dos filhos de Deus.

Ocorre, no entanto, que em busca da perfeição a que estamos destinados, aos moldes da madeira de Lei, que precisa do trabalho diligente do profissional que lhe aperfeiçoa as formas para que se transforme em úteis peças, o espírito, também, precisa da vida que lhe molda o caráter e o faz avançar por entre os escolhos em busca da iluminação.

Assim todas as empreitadas nas nossas vidas sucessivas são desafios a serem vencidos.

Muitos já curtidos pelo trabalho incessante fazem das suas obras momentos do bem. Intrépidos, sem se importarem com os momentos que não lhe chegam muito bem, transformam-se em vanguardeiros da ascensão do nosso planeta.

Muitos, no entanto, enredados pelas tentações devem, ainda, muito ao desenvolvimento moral e se vêem em experimentos mais amargos e enfrentam toda espécie de sofrimentos, que se destinam a corrigir os seus descaminhos e, também, são personagens de histórias que precisam se desenrolar para que outros espíritos, de mesmo aproveitamento pífio, possam experimentar do cálice amargo das expiações.

Mas o nosso Pai não estabeleceria suas Leis Imutáveis, sem prever que o trabalho no bem, o esforço dos que buscam a felicidade e a possibilidade dos saques inesgotáveis de amor que podemos fazer diretamente de nossos corações, não fossem, também ferramentas de transformações do intimo dos seus queridos filhos.

Por isso, há que se escolher viver intensamente cada uma de nossas vidas.

O trabalho honrado, por certo, sempre será um atenuador de nossas faltas.

Mesmo porque, nenhum de nós conseguirá ascender ao posto de divinos anjos sem antes batalharmos para que o crescimento de nossas asas aconteça.

O evangelho de Jesus é a lição através da qual os caminhos nos serão mostrados.

Confiemos e comecemos a tarefa do trabalho reparador, utilizando as forças que hoje podemos reunir, certos de que amanhã elas se multiplicarão.

domingo, 16 de março de 2008

Capítulo XIX - A Fé Transporta Montanhas - 1


O AMOR ESTÁ INSTALADO NO SEU CORAÇÃO CABE A VOCÊ E SOMENTE A VOCÊ COLOCÁ-LO EM AÇÃO


Cap.XIX-Evang.Seg.oEspiritismo (Mateus, Cap. XVII, v. 14 a 20)

O MESTRE JESUS, quando na terra, fez curas espetaculares. Em todas as curas o MESTRE, sempre, se referia à fé dos irmãos curados como a grande responsável pelos "milagres".

Na passagem do Evangelho, referente à cura do lunático, filho do homem que se prostrou aos pés de JESUS, isto ficou mais evidenciado.

Os discípulos de JESUS embora tentassem não haviam conseguido curar o menino. O MESTRE disse que era por causa da incredulidade deles. Foi falta de fé.

Na nossa vida não é diferente. Os problemas que surgem vão sendo resolvidos e, por isso, nos julgamos infalíveis. Passamos a acreditar que todos os problemas dependem, somente, da nossa vontade e negligenciamos.

Repentinamente aparece um problema que não conseguimos resolver. Buscamos auxílio e alguém mais credenciado encontra a solução.

Não fosse a fé do pai que o levou a se prostrar de joelhos à frente de JESUS e pedir pelo filho, provavelmente, o menino não teria sido curado.

Conosco não é diferente. Os problemas que se apresentam sem solução não devem ser deixados de lado. A nossa fé deve nos mover em busca da solução. Podemos nos aprimorar e aprender a solucionar e, na impossibilidade, à nossa volta, no nosso meio social, alguém, por certo, nos ajudará a solucioná-los.

Nas coisas do mundo a nossa fé deve ter o tamanho do nosso conhecimento e da nossa tenacidade em colocá-la em prática.

ACREDITE, VOCÊ É UMA PODEROSA USINA EMISSORA DE ENERGIA POSITIVA

quinta-feira, 13 de março de 2008

A Mulher e a Paz


Preciso homenagear as mulheres, para comemorar o dia internacional delas, no último dia 8.
Pensei começar pela lembrança da iniciação religiosa, revendo na minha memória a figura de Nossa Senhora, mãe de Jesus, e por adoção de todos nós.
A mulher que representa a santidade, a firmeza e a renúncia.
Quem sabe, talvez, se minhas lembranças se fixassem em minha mãe. Uma mulher tão santa quanto Nossa Senhora, que teve os seus sofrimentos e mostrou a sua firmeza e sua santidade, também.
Da minha esposa não posso esquecer, pois como que um trabalhador de turno, rendeu a minha mãe e me adotou, dispensando atenção, dedicando os melhores momentos de sua vida e alavancando o meu amor próprio quando se fazia necessário, e ainda guardando com carinho e desvelo os meus tesouros que são meus filhos.
Eu preciso falar bem da mulher.
Quem sabe daquela que lutou pelo voto, pelo emprego, pela igualdade ou então aquela que subiu ao topo do mundo.
Puxa vida. Falar da mulher é falar bem da mulher.
Que seria de nossas vidas sem elas.
Será que iríamos brotar de alguma árvore?
Por certo, não.
Por isso, do fundo do nosso coração, homenageamos essas heroínas, conhecidas ou anônimas, cuja existência é a própria vida, nossa, de nossos irmãos e da humanidade.
As mulheres representam Deus aqui na Terra, com todos os direitos de ação.
Penso que delas sairão os novos costumes do mundo, pois não é sem tempo que começaram a tomar conta de todas as coisas que temos por aqui.
É certeza que nesse esforço, a mulher, com sua santidade, haverá ainda de reservar para todos nós um lugar onde reine a paz,
Obrigado e parabéns a todas elas.

quinta-feira, 6 de março de 2008

Capítulo XVIII - Muitos os chamados e poucos os escolhidos - 1


(Lucas, Cap. XII, v. 47 e 48.)

Jesus veio oferecer o reino da alegria e da felicidade, através da observância da lei de Deus, ao povo hebreu, que era monoteísta.

O povo hebreu acreditava que a sua nação deveria adquirir a dominação efetiva e material, sobre todas as outras nações.

Alheios ao verdadeiro sentido da lei de Deus, os hebreus rejeitaram o convite ao grande festim.

Jesus cumprindo a sua missão sagrada, por ordem do Senhor, convidou em todas as encruzilhadas os bons e os maus, pregando o amor.

Entre os povos, pagãos e idólatras que aceitaram os ensinamentos de Jesus foram convidados ao grande festim.

Mas, não basta ser convidado, ou ser chamado de cristão nem se assentar à mesa para tomar parte no celeste banquete; é preciso que se reforme intimamente, ter puro o coração e praticar a lei de Deus.

O caminho do mal é freqüentado pela maioria, pois para entrar pela porta larga é fácil. O caminho da salvação é pela porta estreita, do esforço pessoal na observância do Evangelho de Jesus.

Aqueles que dizem: Senhor! Senhor! Não entrarão todos no reino de Deus. Entrarão aqueles que fizerem a vontade do Senhor, prescrita no Evangelho de Jesus.

As missões dos homens são do tamanho das suas possibilidades. Muito se pedira àquele que muito recebeu.

Reconhece-se o verdadeiro cristão pelas suas obras.

As boas obras só serão verdadeiramente boas se os seus frutos poderem ser oferecidos aos caminheiros da progressão. Não se pode guardar os frutos e os deixar apodrecer.

Para o amor todas as portas se abrem.

O bem sempre vence


É preciso que se tenha muito cuidado com o que falamos.
O vereador Walter de Oliveira, costumeiramente, nas sessões da Câmara Municipal, quando está falando dos políticos aproveitadores, aqueles que pagam cerveja, promovem churrascos e feijoadas, quando das campanhas eleitorais, sem nunca nominar o dito político, recomenda que os eleitores aproveitem os convites.
Aconselha que bebam as cervejas e comam o churrasco e a feijoada e depois na hora de votar votem no candidato que quiserem.
Até entendemos os motivos do vereador, mas convenhamos, não estaria ele incentivando um comportamento destituído de moralidade?
Na nossa maneira de analisar o fato, chegamos à conclusão que sim.
Sem querermos ser as colunas morais do mundo, pensamos que o homem, um produto de lutas árduas pela sobrevivência, já ultrapassou estes momentos de falta de moralidade. Por isso, afirmamos que cada um em dose menor ou maior, carrega dentro de si o instinto novo que o faz sentir prazer em agir com dignidade.
Entretanto, todos têm que receber do meio em que vivem o incentivo para agir dentro do bem.
Portanto, sem aconselharmos, mas esclarecendo, sentimos que já é hora de mudarmos o discurso que promove a Lei de Gerson.
Assim, mesmo que isso vá contra os seus princípios de entendimento do mundo, achamos que o vereador devia começar aconselhar os eleitores que nas épocas de campanha eleitoral, escolham para votar aqueles candidatos que têm uma proposta que seja boa para o progresso, da cidade do estado ou do país.
Sobretudo escolham aqueles políticos que tenham um discurso novo, que deixem de lado a imoralidade de só aparecerem na época de eleição e, que ao invés de ofertarem a pobreza dos seus churrascos, feijoadas e bebidas, ofertem os seus esforços para que a democracia seja abençoada pelo progresso de todos.
Não basta sentirmos que o bem é uma necessidade.
É preciso que mostremos como se pode fazer o bem, mesmo numa campanha política.
Nem todos seguirão o nosso bom aconselhamento, mas, por incrível que possa aparecer, um grande número de eleitores sentirão prazer em fazer isso e até nos agradecerão por terem sido alertados para bem proceder.
O resultado positivo disso pode até demorar, mas o bem sempre vence.