quinta-feira, 24 de abril de 2008

Não deixe o amor adoecer

Sempre ouvi dizer, na minha casa, na escola, nos filmes, nas novelas e nos templos de todas as religiões, que o amor é o mais belo dos sentimentos que o ser humano pode ter.

São palavras que lá no começo de minha vida eu não conseguia entender muito bem.

Sabia, no entanto, que o amor era qualquer coisa parecida com respeito pelos mais velhos.

Não sabia, entretanto, que ele também seria necessário na convivência com meus amigos e irmãos.

Quantas vezes na disputa da bola de gude não me subiu a vontade de esganar o meu adversário que, muitas das vezes, era o meu amigo.

Media o pão do café da manhã, que tinha que ser do mesmo tamanho, assim também, a tigela de café com leite, tinha que conter a mesma quantidade de líquido a transbordar, iguais ao que meu irmão conseguia nas mãos santas de nossa mãe. Não conseguia admitir perder nestas medições e a raiva e o choramingar apareciam de maneira a sustentar algum espetáculo.

Isto era muito triste.

O tempo, mestre de todos nós, cujos ensinamentos se instalam, malgrado, o nosso posicionamento perante eles, calando fundo e influindo na nossa personalidade, formando-a a afeição do necessário progresso, ensinou-me muitas coisas.

Porém, algumas coisas que precisamos aprender há que se instalar em nós, somente após imorredouras experiências.

Em alguns momentos, pensei que o amor fosse este sentimento arrebatador que nos toma, quando elegemos a mulher de nossa vida, noutros momentos, achei que o carinho que destinava ao meu filho fosse o verdadeiro amor e, ainda em outros tantos momentos, pensei que o amor estaria representado pela atenção e gentilezas que dediquei aos meus familiares.

Não era só isso.

No exercício da minha religiosidade aprendi que o amor era muito mais.

Voltei novamente a ficar sem uma definição sobre o amor.

Nem de longe desconfiei, preciso confessar, que esta minha procura de explicação para o amor era a própria expressão do amor.

Pois o amor é a nossa própria vida.

Vive-la intensamente equivale à nossa intensidade de amar.

Mas, apesar dessa constatação não consegui apaziguar o meu coração e a minha mente que procurava racionalizar ao meu modo de entender o que realmente era o amor. Mania, evidente, de querer saber das coisas nos seus mínimos detalhes.

Ao filho de Deus nada será negado e nesta quota, acabei por receber através de um e-mail a resposta para a m’alma.

Foi num texto de Chico Xavier.

Na simplicidade da estrutura do texto e no seu sentido profundo, é que acabei por entender que realmente tudo, tudo mesmo, isto é, a nossa própria vida é o amor.

Por isso, leio para vocês esta bela definição:

“FINALMENTE O ÓDIO, QUE JULGAS SER A ANTÍTESE DO AMOR, NÃO É SENÃO O PRÓPRIO AMOR QUE ADOECEU GRAVEMENTE.”

Fica, portanto, o convite para não deixarmos o nosso amor adoecer.

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