Um amigo afirma que a dor é divina.
Segundo ele qualquer dor que venhamos a sentir, sempre, será
um grito de alerta, colocando nossos sentidos em regime de extrema atenção.
Muito interessante e verdadeira esta afirmativa.
Falávamos das doenças que se instalam no organismo do ser
humano, sem aviso prévio e só são descobertas quando as providencias para
curá-las já não surtirão nenhum efeito.
Nesses casos o pouco que se pode fazer fica entregue à fé,
que embora um tanto subjetiva, é teste de grande profundidade para a realidade
humana.
Por isso a afirmativa do meu amigo com relação à divindade
da dor é verdadeira, tanto do ponto de vista físico como do ponto de vista da
construção do espírito perfeito.
Quantos seres já não se salvaram de enfartes, graças às
dores que sentiram e que provocaram a procura de atendimento de urgência.
Quantas doenças graves que se instalam e provocam dores
antes de se tornarem irreversíveis foram curadas?
Por isso, do ponto de vista da saúde física, quantos quadros
de muita gravidade não terão sido evitados, exatamente em função das dores
sentidas nos momentos iniciais da instalação da doença.
Na construção do homem perfeito, isto é, do espírito de
grande progresso, temos visto que muitos que se perdem nos caminhos da vida e
que ao invés de trilharem caminhos que os tornem úteis ao meio onde vivem,
abusam das qualidades que lhes são próprias.
Aquilo que os aperfeiçoam são usados em beneficio próprio,
no ajuntamento de coisas materiais e na construção da superioridade mental, que
manipula e escraviza os seus irmãos, tornando os, importantes motivos de atraso
do desenvolvimento do espírito do homem.
E é a dor, finalmente, tanto moral quando física, que se
instala sem compreensão, reajustando o alvo da vida desses espíritos, fazendo
com que os momentos de sofrimento funcionem como rédeas a dominar um animal, consertando
o rumo daquelas mentes doentes, obrigando-os
ao exercício da análise que lhes permitam avaliar e rearrumar os
objetivos de suas vidas.
Nesses casos a dor passa a ser a grande professora, impondo
aos seus alvos a necessidade de sentirem a vida útil como único meio para
atingir a felicidade.
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