sexta-feira, 4 de abril de 2014

A dor é divina



Um amigo afirma que a dor é divina.
Segundo ele qualquer dor que venhamos a sentir, sempre, será um grito de alerta, colocando nossos sentidos em regime de extrema atenção.
Muito interessante e verdadeira esta afirmativa.
Falávamos das doenças que se instalam no organismo do ser humano, sem aviso prévio e só são descobertas quando as providencias para curá-las já não surtirão nenhum efeito.
Nesses casos o pouco que se pode fazer fica entregue à fé, que embora um tanto subjetiva, é teste de grande profundidade para a realidade humana.
Por isso a afirmativa do meu amigo com relação à divindade da dor é verdadeira, tanto do ponto de vista físico como do ponto de vista da construção do espírito perfeito.
Quantos seres já não se salvaram de enfartes, graças às dores que sentiram e que provocaram a procura de atendimento de urgência.
Quantas doenças graves que se instalam e provocam dores antes de se tornarem irreversíveis foram curadas?
Por isso, do ponto de vista da saúde física, quantos quadros de muita gravidade não terão sido evitados, exatamente em função das dores sentidas nos momentos iniciais da instalação da doença.
Na construção do homem perfeito, isto é, do espírito de grande progresso, temos visto que muitos que se perdem nos caminhos da vida e que ao invés de trilharem caminhos que os tornem úteis ao meio onde vivem, abusam das qualidades que lhes são próprias.
Aquilo que os aperfeiçoam são usados em beneficio próprio, no ajuntamento de coisas materiais e na construção da superioridade mental, que manipula e escraviza os seus irmãos, tornando os, importantes motivos de atraso do desenvolvimento do espírito do homem.
E é a dor, finalmente, tanto moral quando física, que se instala sem compreensão, reajustando o alvo da vida desses espíritos, fazendo com que os momentos de sofrimento funcionem como rédeas a dominar um animal, consertando o rumo daquelas mentes doentes, obrigando-os  ao exercício da análise que lhes permitam avaliar e rearrumar os objetivos de suas vidas.
Nesses casos a dor passa a ser a grande professora, impondo aos seus alvos a necessidade de sentirem a vida útil como único meio para atingir a felicidade.

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