segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Assombrações

A aula de brinquedo transcorria normal, tranqüilamente. Os alunos eram em número de cinco. Sendo dois sobrinhos de Alice e mais três amiguinhos.
O local, um “puxadinho” de paredes e teto de zinco, muito velho. Com aparência marrom avermelhada da ferrugem que ao longo do tempo se acumulara na superfície do zinco, era um lugar de pouca iluminação, porque naquela época a companhia que fornecia energia elétrica para a cidade, não primava pela qualidade do produto que vendia e tudo na cidade vivia na penumbra.
A aula já estava pela metade, quando um barulho alto e sinistro aconteceu:
— ÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚÚ´.
Ao mesmo tempo uma das telhas de zinco teve um dos seus lados levantado e que desceu completando o barulho fantasmagórico:
— Plam!
Todos ficaram de cabelos em pé. Mas um dos garotos que havia levantado os olhos e tinha visto a telha bater, arregalou os olhos e ficou petrificado, sem voz, abobado.
Tia Alice, cujos cabelos ainda estavam em pé, reagiu e gritou:
— Fujam!
Ato continuo agiu e, como se fosse um polvo, agarrou as mãos das cinco crianças e saíram todos aos pulos para dentro da casa.
A mãe dos sobrinhos de tia Alice, que passava roupa, acudiu o bando desesperado, que chorava e uivava, perguntando para sua irmã:
— O que foi que aconteceu?
Tia Alice, engolindo em seco e tremendo como uma vara verde em noite de ventania demorou quase cinco minutos para poder balbuciar:
— Foi a Dama de Branco!
— Que Dama de Branco é esta? Quase gritou a irmã de Alice.
— É um fantasma que tem aparecido em vários lugares da cidade. Ela apareceu e começou a crescer e se tivesse se dobrado por cima de nós tinha nos matado a todos.
— Você tem certeza que viu o Fantasma?
— Claro que sim.
Alguém providenciou um copo com água e açúcar para acalmar o grupo e, aos poucos, já com suas cores normais de volta, começaram a confirmar o que afirmara tia Alice.
Naquela noite seis pares de olhos não conseguiram deixar que os corpinhos trêmulos tivessem um sono restaurador.
O que de fato acontecera naquela noite aos alunos de tia Alice?
Será que o zinco, personagem quase que certo em todas as histórias de fantasmas, não havia pregado uma peça em todos eles?
Aquele, úúúúúúúúúú, não teria sido o vento que com sua força acabou erguendo a telha de zinco e provocado o barulho final, Plam?
A pouca iluminação da cidade e a quase escuridão do “puxadinho” de zinco não teria influído no ânimo de todos os personagens?
Ou será que, realmente, todos haviam visto um fantasma.
Eu sei que hoje poucos casos iguais a esse acontecem, ou pelo menos não são tão comentados como antigamente.
Por isso, para fazer uma pesquisa a respeito das aparições, estou pedindo que todos os leitores que tiveram experiências do gênero, enviem suas histórias via endereço que aparece abaixo do meu nome neste artigo, pelo que agradecemos.
Eu e Dona Maria vamos analisar todos eles com muito carinho.

Nenhum comentário: