sábado, 29 de maio de 2010

A escassez

A corrida entre a produção e o consumo do petróleo no mundo, já conhecemos o resultado.
Os dois serão derrotados.
Se de um lado o consumo cresce assustadoramente, do outro a produção alcança recordes e esvazia os poços em todo o mundo, colocando o nobre líquido, desde já, como um produto em extinção.
O preço do barril, graças à alta do consumo em conjugação com o estado de guerra que impera no oriente médio, local onde estão os maiores produtores do produto, está elevado.
Com isso, preço e produção problemática, é certo que a produção do Álcool, principalmente, no Brasil, começa a se viabilizar. A procura pelos carros a Álcool e os bi combustíveis cresceram nos últimos meses.
As alternativas ao Petróleo, incipientes no mundo de hoje, começam a ser mais e mais pesquisadas.
Segundo a expectativa da indústria extrativa do Petróleo, o seu ápice de extração estará sendo alcançado dentro de seis escassos anos.
Depois disso a demanda terá que, forçosamente, diminuir até a estagnação.
Nesse meio tempo o preço do óleo e dos seus subprodutos alcançará preços que ninguém conseguirá pagar.
O Álcool combustível, a partir da Cana de Açúcar e o Óleo Diesel, a partir de diversos produtos agrícolas, vão começar a ser utilizados.
E, até mesmo, o Hidrogênio, cuja tecnologia está há muito tempo sendo pesquisada, poderá substituir o Petróleo, para movimentar a frota de veículos do mundo.
Os subprodutos do Petróleo que permitem a fabricação de tantos produtos, presentes em todas as atividades industriais e domésticas do mundo moderno, no entanto, precisam ser substituídas e estão desde agora a exigir pesados investimentos, num esforço da ciência, que deverá ser muito grande, para que se consiga novas fontes para a produção dos mesmos, sem garantia de que isso seja conseguido.
O pior disso tudo é que, mesmo com a produção em alta do Petróleo, o mundo já está em conflito e, num fácil raciocínio de projeção vamos ver que num futuro bem próximo, pela escassez do produto que é de primeira linha na economia mundial, os conflitos tenderão a ser disseminados por todos os quadrantes, tornando a vida muito difícil no nosso planeta.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

O Político

O exercício da Democracia nos dá uma indicação precisa do Político.
A maioria detém o poder e é vigiada pela minoria, que almeja se transformar em maioria e, por conseqüência, exercer o poder, sendo vigiada pela minoria que já foi maioria. Assim haverá, naturalmente, a escolha daquilo que mais bem atenda aos anseios do povo que, soberano, por intermédio do voto fará revezar as idéias, através dos políticos escolhidos.
Seria assim tão simples não fosse o político um ser humano. A própria necessidade de se renovar as idéias e revezar os políticos nos indicam a falibilidade do ser humano que, tanto pode fazer o bem quanto o mal, dependendo das suas qualidades.
Nos dias de hoje a grande maioria dos seres humanos está muito preocupada com o estágio do mundo, onde proliferam os crimes e onde todos os dias lutam para poder trabalhar e ganhar para comer.
O ser humano, portanto, está sendo pressionado pelo meio em que vive, de tal ordem, que o seu alarme de sobrevivência fica ligado dia e noite.
O Político é um ser humano e, por isso, quando no exercício do poder, nas suas decisões, levará em consideração as suas aspirações, pressionado para apresentar soluções.
As soluções serão tanto mais eficazes, do ponto de vista social, quanto for a envergadura do Político que consegue conciliar os seus anseios com os anseios da sociedade em que vive.
Não se pode, sem o perigo de cair no ridículo, acreditar num Político perfeito. Aquele que só pensaria em nós (ele incluído) e não somente nele (nós excluídos). Porem é justo almejar que os que escolhemos para nossos representantes, sejam os mais perfeitos possíveis.
Medir é que é difícil, pois promessas todos fazem. Cumpri-las, na totalidade, nenhum ou pouquíssimos conseguem. Ganhar apelidos desairosos todos ganham.
Acreditamos que num futuro todos serão confiáveis, incondicionalmente, e a graduação será medida pela elevação espiritual do ser humano. Por enquanto, com a finalidade de ajudar a melhorar o estado de coisas, que cada um de nós, em primeiro lugar, entenda que se trata de ser humano Político e, em segundo lugar, se esforce para identificar nele os pontos positivos, incentivando a sua repetição e ampliação.
Para isso não é necessário abrir mão da crítica, pelo contrário, cuidar para que ela seja objetiva e transparente, não se esquecendo de todas as variáveis e muito bom senso para temperá-la adequadamente.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Dividindo o peso


O Trabalho é, sempre, a ponta diamantina que burila o espírito nas suas encarnações.

Por isso, nada que possamos fazer ou pensar prescinde da ação que dignifica o homem e dá lhe a oportunidade de redimir-se.

Assim, meus irmãos, que cada um erga o peso que lhe cabe, para que a vida de todos não se transforme em algo impossível de se levar.

domingo, 9 de maio de 2010

Mamãe



Há 32 anos ela se foi.

O engraçado é que, em quanto viva, parecia a mais comuns dos mortais.

A convivência fazia todos nós sentirmos assim.

Entretanto, após a sua partida, nos momentos que cultivamos as suas lembranças, ela cada vez mais aparece importante, esclarecedora, encaminhadora das nossas vidas e junto com a saudade de sua presença, bate em nós a culpa de não termos aproveitado integralmente o benefício de sua vida missionária.

Ela se foi muito cedo.

Os partos de sua prole, ao todo 10 filhos, por certo, prejudicaram a sua saúde e acabou determinando a sua saída de cena, deixando todos nós meio que perdidos.

Lembro-me, no começo, quando éramos 2 tudo era mais fácil. A sua assistência de mãe zelosa cobria-nos de carinho.

Com o passar do tempo e o aumento dos filhos, cada vez mais exigida, teve que dividir as suas atenções e, evidentemente, tivemos que nos contentar com a sua enorme paciência.

Além da quantidade, a qualidade das traquinagens, por certo, teria levado qualquer mortal ao desespero, ela não.

Desenvolveu uma espécie de controle de qualidade e, sempre, elegia destinar os seus cuidados para aquele de nós que, com suas peripécias, colocava alguma coisa em risco.

Com isso, cada um de nós, os 8 sobreviventes, recebeu dela o carinho e o zelo de mãe.

Depois, mais crescidos, com algum entendimento, assistimos crescer nela a capacidade de liderança, via um especial jeitinho de contar histórias, onde conseguia se expressar como poucas pessoas conseguem.

A liberdade de todos nós era uma realidade e, no entanto, todos tínhamos aquele sentimento imperioso de nos apresentarmos a ela, sem que nunca nos tivesse cobrado isso.

— Mãe, vou jogar bola lá no circulista.

— Mãe, vou ao baile no Grêmio.

— Mãe, vou na casa de fulano.

Sempre dávamos a nossa direção e, ao retornarmos, encontrávamos sempre o café quente e o almoço pronto.

Nem sempre eram flores. Quantas vezes, fugindo do seu controle, fomos apanhados na beira do ribeirão nadando, pagando a falta com uma correria, temperada com belas e precisas chicotadas no lombo. Na verdade, esses momentos, doloridos, foram muito aquém daquilo que, sinceramente, merecíamos.

Marca hoje, em todos nós seus filhos, a nossa incapacidade de compreensão.

Nos momentos de conversas, novos e inexperientes que éramos, achávamos que os seus ensinamentos não eram os corretos e, em cima de nossa "sabedoria burra" não utilizamos as suas verdadeiras pérolas que nos ensinavam a encarar a vida com sucesso.

Hoje nos lembramos disso e nos bate a angústia. Pois foi preciso ela sair da vida para que o seu verdadeiro valor fosse estabelecido.

A sua imagem é forte dentro de mim, expressivamente, a sua foto, que nos presenteou o irmão mais novo, impera lá em casa.

Beijá-la fisicamente é impossível, porém, nas minhas orações e nos meus sonhos beijo-a e abraço-a, todos os dias.

Aquilo que fizemos ou deixamos de fazer, é bom todos saberem, é creditado ao avanço dos nossos espíritos e do mundo em que vivemos. Não devemos nos entregar às lamentações. Mas que falta nos fez sermos mais atenciosos. Fica aí o alerta.

Um grande beijo de todos nós, Mamãe.



sexta-feira, 7 de maio de 2010

Direitos e Deveres

Para onde vamos.
As conquistas no campo da liberdade do homem, são marcadas por avanços imensuráveis.
É verdade que a Lei baseada nas necessidades de se resolver conflitos, no campo pessoal, cada vez mais, libera instintos, que a muito custo estavam contidos.
Seria esta realidade a seta a nos apontar uma reedição da libertinagem que acabou por ser apontada como causa mais importante da queda do Império Romano.
De outra perspectiva, estamos vendo o nascimento de seres cada vez mais inteligentes, que passam a lidar com as conquistas da ciência como se a elas estivessem afeitos desde a muito tempo.
Esta realidade melhora o entendimento do homem no mundo.
Entretanto, já vimos este mesmo filme, à época do Império Romano, quando as celebridades sábias, que contribuíram e muito para o progresso da humanidade, despontavam aqui e ali.
A permissividade, isto é, o desrespeito à vida, engolfou estas excelências e o Império ruiu.
Ao longo da história temos visto que o ocaso de povos e nações tem se misturado com o desmando do ser humano.
É frio na espinha saber que cada vez mais cedo o homem visita sexualmente a mulher. Fato que encomprida a fileira das mães solteiras e dos abortos e, num segundo momento, povoa as cidades de filhos desamparados, criados à custa de muito esforço, no que tange o alimento para o corpo, mas completamente entregues aos próprios destinos, na construção da personalidade, de cuja qualidade, depende a paz na convivência social.
É verdade que se passarmos a peneira vamos conseguir identificar homens e mulheres, cuja vida de desprendimento e trabalho nos enche de esperanças.
São, infelizmente, poucos heróis que precisam mais que nunca da compreensão e de quem os secundem, na tarefa de elevar a média de moralidade no mundo.
Da maneira como caminha a nossa história, não conseguimos ver um final feliz.
Será que vamos repetir, mais uma vez, os enganos de nossos antepassados.
Será que vamos ver retornar a Lei do mais forte.
Na verdade o que é preciso é aumentarmos a relação de nossas obrigações, para que, no mínimo, ela se contraponha à sanha dos nossos direitos.