Grãozinho de areia
Vernil Eliseu – 12/07/2006
A expressão: da verdade não
sabemos a metade, conforme pude constatar é a mais real das realidades.
Imaginem vocês que,
conversando com dona Maria, a minha amiga que me ajuda a compreender e a
entender o mundo em que vivemos, no começo desta semana, garramos a falar sobre
a grandeza do Universo.
Como de verdade, pela vida
afora, sujeitado a grandes solavancos que fizeram equilibrar-me e agir dentro
daquilo que é certo, acreditei-me sabedor de muita coisa e, mesmo conversando
com dona Maria, supus que ia me sobrepor, falando sobre o assunto.
Qual não foi a minha surpresa
quando a minha amiga, a guisa de início de conversa saiu-se com esta afirmativa:
— O senhor sabe seu Vernil
que no Universo existem incomensuráveis desertos?
Eu que não conheço, sequer, o
deserto que dizem existir no Chile, fiquei na expectativa de maiores
informações.
— Pois é, -continuou a minha
amiga- entre bilhões e bilhões de galáxias e entre as distâncias dos sóis que
existem aos bilhões, em cada uma, existe um vazio de coisas concretas, que
podemos chamar de desertos. E digo mais, além de onde se pode observar o
Universo, o deserto continua a não mais acabar. Outro dia mesmo li num desses
livros que os estudantes têm a disposição e que no nosso tempo de escolares,
ainda não existiam, que as labaredas do nosso Sol, este que ilumina o nosso
sistema planetário, medem
A minha cara devia estar, no
mínimo, com jeito de estupefação, pois não consegui articular palavra alguma,
como estivesse engasgado com as informações da minha amiga.
Mas, como quem tem padrinho
não morre pagão, busquei lá nos escaninhos, desses cheios de teias de aranha,
que todos temos no nosso cérebro e dei uma de entendido.
— É verdade! E o tamanho do
nosso Sol então, não existe nada que seja maior que ele.
— O senhor está é atrasado,
pois posso lhe informar seu Vernil, que o nosso grandioso Sol, não passa de uma
estrela de quinta categoria.
— Neste universo de Deus,
nestas tantas outras galáxias e até mesmo nesta em que se situa o nosso planeta,
existem Sóis muito maiores. Se não me engano umas 50 vezes maiores que o nosso
pequenino Sol.
Nesta altura da conversa a
estrela que brilhava era a de dona Maria. Tive que me contentar em beber mais
da sua sabedoria.
— Sabe homem de Deus, que
apesar de sermos importantes criaturas e artífices das transformações que
acontecem onde vivemos, neste Universo, no tamanho, não passamos de grãos de
poeira.
— Entretanto, saiba também,
que tudo que de grande mesmo existe, até as enormes nebulosas, são formadas de
microscópicas formas. Garantindo aí a nossa importância.
— Mas sem querer ser mais do
que sou seu Vernil, digo ao senhor que, Deus deu a nós seres humanos a
capacidade de raciocínio, para que sejamos os depositários das belezas que ele
cria, assistindo a progressão de tudo, aproveitando os frutos de tudo e, ao
mesmo tempo, arrumando em nós, as suas mais caras criaturas, lugar para a
sabedoria.
— Deus não seria Deus se não
tivesse feito tudo o que fez sem destinar a alguém todas as belezas que ele pôde
imaginar.
— Cabe a todos nós os
esforços, aliás, os pequenos esforços, para que isso tudo de belo e grandioso,
possam caber nas nossas cabeças que, ainda, andam muito cheias de vento.
— Que assim seja Dona Maria.
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