Desigualdade
cruel
Vernil
Eliseu – 11 /04/2007
Coelhinho
da Páscoa o que é que você me traz?
Venho
trazer-lhe um ovinho para você saborear!
Esta
é a música que todas as crianças do mundo deveriam cantar.
Mas
não é assim.
Na
verdade, mães e pais, a grande maioria de mães e pais deste mundo, sequer
conseguiu acumular uma sabedoria que lhe permitisse, no mínimo, pintar um ovo
de galinha ou até mesmo de pata, para fazer a alegria de seus filhos, plantando
esses ovos nos ninhos que eles seriam convidados a montar.
Não
se pode, no entanto, pleitear que este tipo de comemoração não aconteça. Isto
seria o mesmo que enfiar a cabeça na areia e esconder-se da responsabilidade
que cabe a cada um.
Ao
invés disso, todos os pais e mães do mundo, deveriam se unir e exigir que as
oportunidades do mundo sejam oferecidas mais equilibradamente entre todos.
Não
se pode querer uma humanidade de ricos, as diferenças, ainda, por muito tempo
haverão de existir.
É
até uma necessidade para estimular o progresso do homem como um todo.
O
equilíbrio, por isso, passa a ser visto como um objetivo incondicional, do qual
o homem não pode fugir.
Na
contramão da história, no entanto, atrasando o caminhar da humanidade em
direção ao equilíbrio, vem a discussão, que toma conta de Brasília, com
parlamentares, discutindo, num momento inoportuno, um aumento salarial.
Como
pode um deputado, por exemplo, custar ao País perto de R$ 100.000,00 (Cem mil
reais), quando o salário mínimo, com o qual tem que viver uma quantidade de
brasileiros é de apenas R$ 350,00..
Assim
uma quantidade importante do povo quando comem, não pagam a luz e água.
Quando
pagam a luz e água, deixam de comer.
Mas
comer como gente. Arroz, feijão, batata e carne e não farinha dissolvida
n’água.
O
pior é que não raro lá se vão para o fórum, pais de famílias que mal puderam
fazer inchar as barrigas de seus filhos com alimentos inadequados, sofrendo o
vexame de terem os seus nomes executados por falta de pagamento destes itens
básicos para se viver nos nossos dias.
Por
isso, depois de comemorada a Páscoa e a Ressurreição do Cristo, sugerimos uma
reflexão sobre este pequeno escrito, pretensioso, no sentido de chamar a
atenção para a desigualdade que promovemos comendo os nossos ovos de Páscoa por
inteiro ao invés de dividi-lo com os nossos irmãos que não podem comprá-lo.
De
repente, um pequeno esforço de cada um, pode fazer uma grande diferença.
Faça o seu.
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