segunda-feira, 23 de junho de 2008

Capítulo XXIV - Não Coloqueis a Candeia sob o Alqueire - 1


A Candeia sobre o Candeeiro.


O ser quando nasce começa o seu aprendizado.

Os pais encarregados de lhe ensinar as primeiras sabedorias, por experiência e, também, por orientação dos psicólogos e outras sumidades no desenvolvimento do entendimento humano, dosam as informações que passam para o seu filho.

A lógica deste procedimento está calcada na experiência de que o aprendizado do ser é gradualmente assimilado e no caso de excesso de informações, ocorre o desvirtuamento dos ensinamentos e, ao invés de acrescentar sabedoria acaba por instalar dúvidas que chegam às raias do temor.

Da mesma forma a dona de casa consciente estabelece para os cômodos de sua casa a lâmpada adequada para cada um, visando o bem estar das pessoas que deles se utilizarem.

Assim é que a lâmpada da sala deverá ser mais forte que a do quarto, como também, a da cozinha deve ser a mais forte de todas.

Na verdade trata-se de adequar a luminosidade para a utilização que dela se quer fazer.

Mesmo num mesmo cômodo, na sala, por exemplo, pode-se estabelecer várias intensidades de luminosidade. Quando da festa a iluminação deve ser a mais forte e quando se assiste ao filme na TV, a luminosidade não precisa ser tão forte.

Bem assim foi o cuidado que Jesus teve nos seus ensinamentos. Àqueles que tinham entendimento o ensinamento era mais direto, mais objetivo, pois não se corria o perigo de instalar dúvidas. Àqueles que ainda não possuíam entendimento profundo, Jesus ensinava-os por parábolas, muitas vezes simplificando a possibilidade de entendimento e em outras vezes convidando ao raciocínio para o entendimento e, em muitos casos, plantando uma semente para que no futuro, na interpretação de seus ensinamentos o homem pudesse tirar dele toda a sabedoria neles encerrada.

Na verdade qualquer que fosse o nível de entendimento possível, Jesus sempre acendeu a candeia e colocou a sobre o candeeiro, regulando a sua luminosidade adequadamente para cada entendimento possível.

A ciência gradativamente vem ganhando mais conhecimentos, luminosidade que aumenta ao mesmo tempo em que o tempo passa, iluminando o entendimento de todos os homens.

Perante a vida, os desencarnados aos poucos trazem mais e mais informações, carregando de sabedorias os encarnados. Fazem isso, também, com o cuidado de só declinarem as verdades para os encarnados que tenham condições de entendê-las.

Nós os encarnados não podemos agir de maneira diferente.

Temos o dever de ensinar o que conseguimos aprender, pois só assim o progresso do nosso espírito se dará.

Entretanto dosar a quantidade de ensinamentos que devemos ministrar é o grande desafio. Pois se simplesmente jogarmos o que sabemos para os nossos irmãos estaremos descumprindo a Lei de Deus que manda que Amemos os nossos irmãos como amamos a nós mesmos, e estaremos sujeitos à Lei de Causa e efeito que tudo corrige, penalizando os maus e premiando os bons.

Por isso, os que dentre nós determos sabedorias, por conseqüência seremos os encarregados de dosar a luminosidade, em beneficio do próprio progresso, provocando irresistivelmente no meio em que vivemos, também, o progresso de todos.



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