Ela sentava-se na cadeira empalhada
com taboa do brejo e com, a mesa posta aguardava os seus amigos e vizinhos que vinham comemorar o seu
aniversário.
A expectativa acabava se tornando
realidade.
Como em todos os anos as caixas de Pó
de Arroz, Sabonetes e vidros de Perfumes, eram os presentes que enchiam a cama bem arrumada no melhor quarto da casa.
Eram os melhores momentos para dona Benvinda,
um anjo bom que Deus enviou para encher de alegria a todos nós.
A sua casa estava construída na parte
da frente do grande terreno, que mais parecia uma chácara.
Naquele quintal dos sonhos de todos
os meninos, estavam plantadas em bem cuidadas, frutas que faziam a nossa
alegria.
Quanto tempo empoleirado nos pés de jabuticaba,
chupando as frutas e jogando as cascas para o chão que o querido anjo fingindo
preocupação pedia para que não comecemos tantas frutas.
Na mangueira alta e frondosa, estavam
as frutas mais ambicionadas do quintal: eram as mangas bourbon, doces amarelas,
suculentas, que uma só valia por um
almoço. Subir na mangueira exigia um certo equilíbrio de trapezista, mas valia
a pena.
Mais dois tipos de mangas, todas
muito gostosas, goiabeira, uvaia, caqui, cabeludinha (?), abacateiro e outras
frutas que nem me lembro.
O paraíso, casa de dona Benvinda e do
seu Batista, ficava quase que na esquina da Rua 13 com a Rua
7 de setembro, onde hoje existe um prédio de apartamentos.
Dona Benvinda, gorda e até pela
dificuldade de minha mãe nos manter quietos, adotou-nos de maneira a se
transformar numa segunda mãe para mim e para os meus irmãos.
Hoje com certeza ela descansa no Céu,
lugar que ela deve ter valorizado com o seu carinho e desprendimento.
O presente texto acredito, não lhe faz
integral justiça, pois não se consegue colocar no papel o amor que com tanta
vivacidade dona Benvinda tinha no coração.
Resta, no entanto, o nosso esforço
para, apesar de com certa timidez, endereçar-lhe, onde quer que esteja a nossa
lembrança carinhosa.
Muito obrigado Dona Benvinda.
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