quinta-feira, 24 de julho de 2008

Tal lá como aqui

Imaginem vocês que lá na China a polícia esta à volta com a falsificação dos ingressos para os eventos esportivos das Olimpíadas de Pequim.
O fato, infelizmente corriqueiro no Brasil, o que nos deixa um tanto desacreditados dos brasileiros, mostra que tem lugar em outras plagas.
Através dos noticiários que assistimos pela TV, relativos à China, um dos poucos países comunistas no mundo, nos dão conta que lá a justiça se faz pelo olho por olho, dente por dente.
Contam inclusive, e isto é verdade, que os familiares dos que são condenados a serem fuzilados têm que pagar a bala através da qual o individuo é morto.
Isto é, o negócio lá não é fácil não.
Como a notícia da falsificação dos ingressos é, digamos surpreendente, nos faz pensar que, de repente, se alguns ocidentais não estariam por lá bagunçando os planos olímpicos dos chineses?
Tomara que não.
Ouvimos falar tanto das máfias chinesas que estamos acreditando que alguns chineses é que estão falsificando os ingressos.
Este fato, tristonho, nos remete para a reflexão que nos faz admitir que os homens, nos quatro cantos do mundo, têm a mesma qualidade moral, ou seja, moralidade quase nenhuma.
Por isso, quando ficamos indignados com os desmandos dos homens, tanto os daqui, como os de todos os cantos do mundo, precisamos antes consultar o nosso rosário de atitudes para ver se estamos agindo com a lisura que nos diferencia dos maus.
Outra afirmativa que devemos ter sempre em nossa memória é a de que os que nos governam, quer queiramos ou não representam a média moral de todos nós.
Portanto, olho vivo e faro fino e não façamos aos outros, aquilo que não queremos que nos façam.

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Capírtulo XXV - Buscai e Achareis - 1


O AMOR É, NECESSÁRIAMENTE UMA ATITUDE DE QUEM AMA
O amor, sentimento primordial prescrito por DEUS, começa no nosso coração e devemos, num primeiro momento, direcioná-lo a nós mesmos.
Não a manifestação egoísta.
A possibilidade de viver no mundo físico, aproveitando as oportunidades, apressa o nosso aprendizado em direção à sabedoria.
Por isso, amarmos a nós mesmos, cercando o nosso corpo de boas atenções, cuidando da saúde, da cultura, da educação, da moral, tornando o conjunto forte, nos predispõe à uma vida útil ao meio em que vivemos.
O sucesso fica ao alcance dos nossos esforços, pois estamos nos ajudando e o Céu, conforme prometido, também nos ajudará.
Assim, seremos o dente da engrenagem que, graças aos nossos cuidados, não comprometerá a elevação espiritual de todo o grupo ao qual pertencemos.
A otimização da nossa encarnação, analisada por este prisma é, ao servirmos ao meio em que vivemos com a máxima qualidade, a garantia de expressiva iluminação espiritual.
Por estarmos bem conosco mesmos, estaremos sempre dispostos a progredir e nos momentos de pouca clareza, buscaremos e acharemos as soluções.
O ensinamento de JESUS “BUSCAI E ACHAREIS”, como todos os seus ensinamentos, pressupõe o amarmos uns aos outros. Por isso, se amarmos a nós mesmos estaremos prontos para amarmos todos os nossos irmãos.
QUEM AMA É DESTEMIDO NA BUSCA DA PAZ

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Beatriz


Beatriz nasceu.
É o produto da perseverança de seus pais, que enfrentaram a dor para receber uma pérola.
Veio em paz. Que viva em paz.
A paz que arma os bons espíritos e os fazem participantes.
Participantes nas decisões que precisem da tenacidade.
A tenacidade que se traduz na complementação do trabalho na convivência social.
Na convivência social que cria caminhos em direção à harmonia entre os seres da humanidade.
Predisposição inquestionável para a felicidade, cuja culminância será o direito de caminhar através do universo.
Parece exagero?
Não é para os que acreditam que Deus não teria feito tanta beleza para não destiná-la a quem pudesse admirá-la e usá-la.
Por isso, essa beleza de Deus, que é minha neta, assim como todas as netas e todos os netos, de todos os avôs e de todas as avós do mundo, veio para enfeitar o nosso pedacinho de Céu.
Aos pais os nossos agradecimentos.
As sucessões dos fatos de agora em diante ficam por conta do aprendizado que Beatriz começa a amealhar.
Então, que a paz que a trouxe seja o seu ideal.
Amanhã, com certeza, o seu horizonte se descortinará mais belo que o nosso, pois nele estarão incorporados, a nossa sabedoria mais a sabedoria que ela conseguir.
Que a sua estrela brilhe sem ofuscar as estrelas que com ela brilharão no Céu a partir de hoje.

quinta-feira, 10 de julho de 2008

Lembranças


Procurei nos recantos da minha mente as imagens das minhas rosas vermelhas. Havia passado um dia corrido, cheio de afazeres que me prenderam no centro da cidade. Estava cansado.
A noite era quente, sufocante. Por isso, lembrei-me de lembrar das imagens das minhas rosas vermelhas. Já havia experimentado, antes, o beneficio da lembrança das rosas vermelhas.
O buquê de rosas me veio à cabeça e o pensamento, desligado do corpo quente, saiu de mim, montado no tempo, para visitar as minhas outras lembranças.
Deslocando na velocidade que só pensamento possui, fui visitar o campo santo, o cemitério. É bem verdade que costumo fazer isso, de corpo presente, sempre que posso, mas desta vez, só em pensamento, era uma experiência e tanto.
Como que dirigido por força de insuspeita intensidade, me vi diante do túmulo do famoso médico e benfeitor, Narciso Gomes.
Não cheguei a conhecê-lo, mas pelo que me contam, era um homem que atendia os seus pacientes com grande carinho e segundo narração de algumas pessoas, mesmo morto, ainda assim, costuma atender muitos necessitados.
Desci por entre os túmulos e cheguei onde descansam os benfeitores, o Seu Angelo Enfermeiro e a Dona Augusta. Lembrei-me, naquele momento, da tosse comprida, a famosa tosse de cachorro, que me acometeu e que levou-me pela primeira vez a ter os cuidados dos dois. Claro que a injeção dolorida está esquecida e que permanece em mim a doçura dos dois saudosos amigos.
O Seu Angelo, grande pescador, era de poucos risos, mas de alma pura e trabalhadora trazia, para nossa alegria, juntamente com os seus parceiros, peixes que a Dona Augusta fritava como nunca mais consegui ver. Os "Corimbatas", em pedaços, dourados, crocantes, faziam a festa para a nossa barriga.
Certa vez, deslizando pela varanda molhada, levei um tombo espetacular e bati com o queixo no chão. O corte exigia uns pontos.
Naquele tempo, as injeções para anestesiar, eram "manga de colete", por isso, Dona Augusta, que se prontificou a dar os pontos, precisou usar todo o seu conhecimento técnico e psicológico para costurar sem que eu abrisse um berreiro.
A sua docilidade e extrema perícia fez com que eu me mantivesse quieto e com direito a um pirulito ao final da intervenção. Nem marca ficou.
Afastei-me para o alto e vi o campo santo, em silêncio e cheio de árvores.
O engraçado é que quando garoto tinha medo dele e agora, apesar de estar lá em pensamento, sentia-me tranqüilo.
Com a mesma velocidade o meu pensamento voltou para mim e para o meu quarto. O sono começava o seu trabalho restaurador.
Amanhã, pensei, acho que já dormindo, vou contar a minha aventura para a Dona Maria.

Antes tarde do que nunca


O sucesso de Rita Pavoni, estridentemente, jorrava do rádio e o senhor deixou que a sua mente o levasse de volta à sua juventude.
As suas lembranças levaram-no a vários lugares, onde com singular energia ele havia dado vazão aos seus desejos.
O salão do clube que ele freqüentava, pequeno e sufocante no tempo do calor, apareceu-lhe na mente nitidamente. As cortinas de cor indefinida, as mesas pequenas, as cadeiras, as pilastras que atrapalhavam os passos mais audaciosos, o bar acanhado com as garrafas de Fogo Paulista empoeiradas equilibradas nas prateleiras, o vozerio.
Como que por milagre, o som do piston em surdina encheu as suas lembranças com as músicas. Os boleros e sambas canções que embalavam as paixões e deixavam todos os pares de olhos brilhantes como que acreditando na perinidade daquele momento.
Em dado momento, não só sentiu o corpo da moça colado no seu corpo, como também sentiu o seu perfume. Rodava e ao mesmo tempo seus pés flutuavam nos passos combinados, lentos e com leve requebrado, que aceleravam as batidas do coração e a sua respiração.
Se pudesse, como quase aconteceu no filme “Em algum lugar do passado”, ficaria no seu passado, mais atencioso às coisas bonitas que aconteceram e que ele não havia percebido o seu real valor.
A mocidade, o clube, o baile, a música, a moça, o seu corpo, o seu perfume, embalavam aqueles momentos de recordação.
O barulho das panelas no fogão trouxe-no de volta. Sua mulher apareceu na porta da cozinha para a sala e perguntou:
— Posso fritar o bife?
— Claro, eu tô morrendo de fome. Respondeu levantando-se e indo na direção ao banheiro para lavar as mãos para almoçar.
Não era um almoço que pudesse gabar-se pela quantidade de pratos, mas era uma comida bem feita e cheirosa e na medida que suportava o seu aparelho digestivo.
Abriu a torneira e olhando no espelho surpreendeu-se com as imagens nele contidas. Eram a dele e da sua mulher quando ainda jovem, antes do casamento, no período de namoro. Era bonita e de sorriso fácil.
— Tá na mesa.
— Sacudiu a cabeça e foi almoçar.
Silenciosamente prestou atenção à sua mulher. Ainda era bonita. O que será que ela tinha visto nele, o suficiente para agüentá-lo tantos anos.
Analisando, foi relembrando os momentos vividos desde o seu casamento. Foram momentos felizes, momentos infelizes, momentos de segurança, momentos de insegurança, momentos de pavor, momentos de brigas, momentos de paz.
Dissera tantas bobagens e ouvira outras tantas. Momentos em que ficar em silêncio teria sido melhor e momentos que deveria falar substituídos por silêncios de omissão.
Engraçado como a nossa vida é feita de comportamentos extremos e às vezes inexplicáveis.
Mas, em sã consciência podia dizer que o amor estivera sempre presente.
Na luta entre os desejos e as renúncias o velho e divino amor saíra mais uma vez vitorioso.
— Vou dar um pulo lá na padaria. Falou levantando-se depois de tomar uma xícara de café.
— Aproveita e traga uns seis pães. Recomendou a mulher.
Saiu assobiando e prestando atenção ao tempo. Mais tarde deve chover, pensou.
Passou por uma casa, já perto da padaria, e sem querer pôde ouvir a discussão.
— Estou cansada de trabalhar, é a comida, roupa para lavar, limpar a casa e no fim de semana nada de descanso e vocês de papo pro ar vendo futebol na televisão. Assim não dá.
Assobiou mais alto e pensou:
ººº Em todas as casas as briguinhas são as mesmas.
Não sabe como e nem por quanto tempo, foi para um determinado lugar do passado. O bolero “Sabor A Mi” era a música e ele dançava como nunca havia dançado. A moça segurava de leve a sua cabeça e encostava levemente o seu rosto no seu. Os olhos semi cerrados não viam nada. Só dois em um, como se o ambiente tivesse destacado aquela imagem para aparecer. Momento mágico do encontro de duas metades para viverem a eternidade.
— Só tinha pão de sal.
Sentou-se na sala recostado no sofá e de olhos fechados analisava aquele momento de seu passado.
ººº Como eu mudei, não tenho mais momentos de romantismo e de carinhos. No entanto hoje minha mulher parece-me mais importante. Divido com ela as minhas decisões, juntos administramos a casa e as nossas vidas. Os sentimentos parecem-me purificados. Confio. Os gestos foram substituídos pela conjugação das nossas mentes. Eu sei o que ela quer e ela sabe o que eu quero. Entre nós o amor é e não precisa ser representado. Mas e as brigas?
— Caramba e as brigas?
— Só podem ser as manifestações do nosso amor que, descuidadamente, deixamos acumular e quando vêm à tona explodem e nós ainda não aprendemos a dominar.
— Fala alto que eu não estou escutando. Grita a mulher lá da cozinha.
— Nada não. Ele respondeu.
E voltou a pensar baixo.
ººº Acho melhor voltar a analisar estes pormenores de minha vida, com seriedade, na primeira oportunidade, o melhor agora é prestar atenção no jogo que está começando pela televisão.
O São Paulo, através do Denilson, espetou um gol no seu querido Palmeiras e ele sentiu o sangue ferver e subir. A pontada doida no lado esquerdo deixou-o sem sentidos.
Foi uma correria só.
— Dá álcool num algodão para ele cheirar.
— Esfregue os pulsos com vinagre.
— Faça uma cruz com água no peito.
A ambulância chegou e levou-o para o hospital, aonde veio a falecer.
Chegou lá em cima sacudindo aquilo que ele julgava ser a cinza do cigarro que estava fumando quando adveio o infarto.
Em pé, bem ao lado daquela espécie de cama, todo de branco e aparentando uma calma incrível, um senhor de barbas ralas e brancas, dirigiu-se a ele com voz doce.
— O senhor é um homem de muitas idéias, mas infelizmente, de pouca ação. Tivemos o trabalho incrível de fazê-lo relembrar os seus melhores momentos com a sua esposa e, mesmo assim, você não dirigiu-lhe nenhuma palavra de reconhecimento. Isto é egoísmo, meu filho. Por isso, trate de levantar-se e começar desde já um programa de treinamento, para retornar ao planeta Terra e como um marido dominado pela mulher pagar pelo seu egoísmo. E, por favor, não se esqueça de dizer a esta outra mulher com quem você vai se casar nesta outra vida, que você a ama e, é claro, não erga a sua voz.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

Capítulo XXVI - Dai Gratuitamente o que Gratuitamente Recebestes - 1


A vovó, de saudosa lembrança, pacientemente, sem fazer conta do choro estridente do nosso irmãozinho, repetia sobre o peito dele o sinal da cruz.

Como por encanto, o choro cessou e a criancinha dormiu sossegadamente.

A vovó, na sala de sua casa mal iluminada pela lâmpada mortiça, em virtude da energia elétrica ser muita fraca, pela nossa visão, parecia lâmpada fluorescente, com voz fraca recomendou: mãe, faça chá de camomila e vá dando aos pouquinhos para o neném.

Muito tempo se passou e hoje, graças ao estudo da doutrina espírita, aquela cena, simples e extremamente piedosa, para nós, passou a ser o exemplo vivo deste capitulo do Evangelho de JESUS.

Lembramo-nos da fila de mães, com os filhos enrolados em cobertores para fugir do frio, com rugas de preocupação, aguardando pacientemente a sua vez de ser atendida pela vovó. Quantas horas a já vergada pelos anos, destinava de sua vida, para dar àquele povo o consolo daquele atendimento abençoado.

Vovó, segundo nos contava, não aprendera com ninguém a benzer. Intuitivamente, num momento da sua vida, sentiu nela a força estranha que a levou começar os atendimentos.

Sobre mim abria se um guarda- chuvas de luzes de indiscritível beleza e alguma coisa, não sei se voz, colocava no meu cérebro aquilo que devia fazer e receitar para que a criança, de fato, melhorasse de seu mal, graças à DEUS, dizia ela.

Vemos hoje, em nossa experiência na vivência espírita, muitos médiuns a se desdobrarem para levar o consolo aos irmãos que procuram os Centros Espíritas. Na sua grande maioria, são pessoas que não aparecem alardeando o seu trabalho. Irmãos abnegados que cuidam dar gratuitamente aquilo que gratuitamente receberam.

Sobretudo, as VOVÓS de ontem e os IRMÃOS ABNEGADOS de hoje, são os exemplos a serem seguidos. No mundo deste século que termina daqui a pouco, e segundo a nossa avaliação, de fato são eles que, em meio à ganância por bens materiais, desfraldaram a bandeira dos valores espirituais que através do amor privilegiaram o ser humano como o seu mais importante destinatário.

sexta-feira, 4 de julho de 2008

Inflação intolerável


Não somos dos melhores para falar de inflação.
Mas, este fantasma voltou a assombrar os Brasileiros com repercussão, principalmente, nas classes menos favorecidas.
Entretanto, ousamos dizer que era de se esperar este surto de inflação.
Os prazos de financiamentos aumentaram assustadoramente e, era de se esperar a escassez da oferta.
Além disso, o preço do barril de petróleo aumentou inacreditavelmente, mostrando que, no mundo, não se encontra ninguém com disposição de colaborar com diminuição da distancia entre os pobres e os ricos.
Neste contexto, a produção de alimentos no mundo enfrenta problemas que agravam os preços.
Mas o mais importante fato que vem agravar este prejuízo que o brasileiro esta pagando é o consumo desenfreado sem encontrar resposta da produção do parque industrial, agrícola e comercial brasileiros, que, ainda, não se aperfeiçoaram.
Reclamavam dos juros altos e, agora, silenciaram-se a respeito do aumento de preço patrocinado, um pouquinho pela conjuntura e muito pelo olho grande do capital.
Os que reclamavam dos juros altos, para vender mais, não estão falando em baixar os seus preços para conter o surto da inflação.
É incrível como Brasil ainda não aprendeu a lidar com este problema.
Na verdade apesar do lucro fácil, o certo é que ninguém sai ganhando com isso.
A economia brasileira atravessa momento especial de controle e poderá se houver colaboração, controlar este fantasma.
Enquanto isso, infelizmente o pobre vê os seus míseros reais perderem o valor de compra.
Todos os dias o arroz e o feijão se tornam mais caros e raros na mesa do brasileiro.
Caso não haja um sério combate à inflação, com auxilio de todos e, principalmente, dos que representam o capital na relação produção/consumo as coisas podem ficar intoleráveis.
A inflação é o mesmo que bolso furado do homem descuidado que vai perdendo as suas moedas pelo caminho onde passa.