Procurei nos recantos da minha mente as imagens das minhas rosas vermelhas. Havia passado um dia corrido, cheio de afazeres que me prenderam no centro da cidade. Estava cansado.
A noite era quente, sufocante. Por isso, lembrei-me de lembrar das imagens das minhas rosas vermelhas. Já havia experimentado, antes, o beneficio da lembrança das rosas vermelhas.
O buquê de rosas me veio à cabeça e o pensamento, desligado do corpo quente, saiu de mim, montado no tempo, para visitar as minhas outras lembranças.
Deslocando na velocidade que só pensamento possui, fui visitar o campo santo, o cemitério. É bem verdade que costumo fazer isso, de corpo presente, sempre que posso, mas desta vez, só em pensamento, era uma experiência e tanto.
Como que dirigido por força de insuspeita intensidade, me vi diante do túmulo do famoso médico e benfeitor, Narciso Gomes.
Não cheguei a conhecê-lo, mas pelo que me contam, era um homem que atendia os seus pacientes com grande carinho e segundo narração de algumas pessoas, mesmo morto, ainda assim, costuma atender muitos necessitados.
Desci por entre os túmulos e cheguei onde descansam os benfeitores, o Seu Angelo Enfermeiro e a Dona Augusta. Lembrei-me, naquele momento, da tosse comprida, a famosa tosse de cachorro, que me acometeu e que levou-me pela primeira vez a ter os cuidados dos dois. Claro que a injeção dolorida está esquecida e que permanece em mim a doçura dos dois saudosos amigos.
O Seu Angelo, grande pescador, era de poucos risos, mas de alma pura e trabalhadora trazia, para nossa alegria, juntamente com os seus parceiros, peixes que a Dona Augusta fritava como nunca mais consegui ver. Os "Corimbatas", em pedaços, dourados, crocantes, faziam a festa para a nossa barriga.
Certa vez, deslizando pela varanda molhada, levei um tombo espetacular e bati com o queixo no chão. O corte exigia uns pontos.
Naquele tempo, as injeções para anestesiar, eram "manga de colete", por isso, Dona Augusta, que se prontificou a dar os pontos, precisou usar todo o seu conhecimento técnico e psicológico para costurar sem que eu abrisse um berreiro.
A sua docilidade e extrema perícia fez com que eu me mantivesse quieto e com direito a um pirulito ao final da intervenção. Nem marca ficou.
Afastei-me para o alto e vi o campo santo, em silêncio e cheio de árvores.
O engraçado é que quando garoto tinha medo dele e agora, apesar de estar lá em pensamento, sentia-me tranqüilo.
Com a mesma velocidade o meu pensamento voltou para mim e para o meu quarto. O sono começava o seu trabalho restaurador.
Amanhã, pensei, acho que já dormindo, vou contar a minha aventura para a Dona Maria.
A noite era quente, sufocante. Por isso, lembrei-me de lembrar das imagens das minhas rosas vermelhas. Já havia experimentado, antes, o beneficio da lembrança das rosas vermelhas.
O buquê de rosas me veio à cabeça e o pensamento, desligado do corpo quente, saiu de mim, montado no tempo, para visitar as minhas outras lembranças.
Deslocando na velocidade que só pensamento possui, fui visitar o campo santo, o cemitério. É bem verdade que costumo fazer isso, de corpo presente, sempre que posso, mas desta vez, só em pensamento, era uma experiência e tanto.
Como que dirigido por força de insuspeita intensidade, me vi diante do túmulo do famoso médico e benfeitor, Narciso Gomes.
Não cheguei a conhecê-lo, mas pelo que me contam, era um homem que atendia os seus pacientes com grande carinho e segundo narração de algumas pessoas, mesmo morto, ainda assim, costuma atender muitos necessitados.
Desci por entre os túmulos e cheguei onde descansam os benfeitores, o Seu Angelo Enfermeiro e a Dona Augusta. Lembrei-me, naquele momento, da tosse comprida, a famosa tosse de cachorro, que me acometeu e que levou-me pela primeira vez a ter os cuidados dos dois. Claro que a injeção dolorida está esquecida e que permanece em mim a doçura dos dois saudosos amigos.
O Seu Angelo, grande pescador, era de poucos risos, mas de alma pura e trabalhadora trazia, para nossa alegria, juntamente com os seus parceiros, peixes que a Dona Augusta fritava como nunca mais consegui ver. Os "Corimbatas", em pedaços, dourados, crocantes, faziam a festa para a nossa barriga.
Certa vez, deslizando pela varanda molhada, levei um tombo espetacular e bati com o queixo no chão. O corte exigia uns pontos.
Naquele tempo, as injeções para anestesiar, eram "manga de colete", por isso, Dona Augusta, que se prontificou a dar os pontos, precisou usar todo o seu conhecimento técnico e psicológico para costurar sem que eu abrisse um berreiro.
A sua docilidade e extrema perícia fez com que eu me mantivesse quieto e com direito a um pirulito ao final da intervenção. Nem marca ficou.
Afastei-me para o alto e vi o campo santo, em silêncio e cheio de árvores.
O engraçado é que quando garoto tinha medo dele e agora, apesar de estar lá em pensamento, sentia-me tranqüilo.
Com a mesma velocidade o meu pensamento voltou para mim e para o meu quarto. O sono começava o seu trabalho restaurador.
Amanhã, pensei, acho que já dormindo, vou contar a minha aventura para a Dona Maria.
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