terça-feira, 15 de outubro de 2013

Lua de mel

— Bom dia dona Maria!

— Bom dia, seu Vernil, como foi de viagem.

— Muito bem, graças a Deus.

— Poços de Caldas continua bonita e fria?

— Desta vez não. Apesar de todo o tempo indicando chuvas e das nuvens extraordinariamente carregadas, o calor esteve presente e ela, ainda mais bonita.

— O senhor sabe que os casais da região e, principalmente, de Araras costumam passar a lua de mel lá em Poços.

— Claro que sei. Só na minha família são três casais: o meu primo; meu cunhado, que Deus o tenha; e um dos meus irmãos.

— Eu mesma, seu Vernil, passei minha lua de mel lá na cidade mineira. Gostei muito e as recordações que guardo são maravilhosas. Sem contar que, naquele tempo, não havia a organização de turismo que hoje há. A feirinha, as fontes luminosas, as casas de queijo e doces caseiros.

— Desta vez nós, minha mulher e eu e mais os meus primos, tivemos sorte ao subir pelo teleférico para o Cristo Redentor. O sol que tudo iluminava e as nuvens que se afastaram, permitiram uma visão maravilhosa da cidade e no outro lado um horizonte cortado por montanhas azuis e soberanas. Foi um belo passeio.

As Thermas passam por reformas e, desta vez, tivemos que nos contentar com o banho alternativo de água sulfurosa. Todos ficamos macios depois do banho.

— E as novidades daqui?

— Tudo continua como dantes no quartel de Abrantes. O governo federal já engatou a primeira, mas o carro está frio e, pelo jeito, não tem muita gente fazendo a força que devia para ele sair do lugar, deve ser por causa da adaptação, por enquanto está mais FHC do que nunca; na cidade, por ora, tudo é superfície, e, mesmo o índice de mortalidade infantil deveria ser publicado todos os meses; além disso, os pobres continuam empobrecendo e os ricos enriquecendo, nós "imergentes", por enquanto, estamos sem saber o que vai acontecer, graças à aposentadoria que nos obriga a viver lutando, com todas as nossas forças, para mantermos a nossa dignidade.

— Bem, dona Maria, lembrando-me do adágio popular: Não há mal que sempre dure... Continuamos com as esperanças de que o governo, honestamente, proponha pagar a dívida para com os “contribuidores” da previdência, pois foram os governos que o antecederam, que por longos e longos anos gastaram o nosso dinheirinho em coisas que não nos diziam respeito, por isso nos devem. A reforma da previdência só vai ser honesta se tiver no seu bojo esta correção.

—Deus te ouça homem e os anjos digam amem.

 

 

Nenhum comentário: