O ambiente era de tal beleza que as cores, nas mais variadas
matizes, faziam todos sentirem-se leves
e extremamente calmos.
Dito Flautista, demonstrando ser o líder
ali, tomou a palavra e se dirigiu aos seus dois amigos:
- Meus amigos nós precisamos fazer alguma
coisa antes que seja tarde. Nossa querida cidade está sob ameaça constante das
drogas.
Zé Gostoso, sério complementou:
- É verdade quando estive lá para dar uma
liçãozinha num irmão nosso, pude sentir no ar a presença maligna. Garanto que
meu amigo haveria de sentir náuseas, pois faz pouco tempo que saiu da clínica
de recuperação.
Com certeza sentiria. – respondeu Zé Lopes
– sentado do outro lado da mesa. Só Deus sabe os sofrimentos que um vício
acarreta para o espírito. Tanto tempo perdido, dando trabalho e ocupando muita
gente que deveriam estar socorrendo outros irmãos. Felizmente, para mim, Deus
não abandona nenhum de seus filhos e o fato de estar com vocês dois aqui
prontos para planejar como ajudar os nossos conterrâneos é para mim uma grande
vitória que credito aos meus amigos que, nas suas orações e até mesmo em
pensamentos de carinho para com minha pessoa, possibilitaram que, você Dito
Flautista e você Zé Gostoso, pudessem me resgatar e encaminhar-me para a clínica
de recuperação. Bem, mas isto já passou e vamos para frente, pois há muito
trabalho a ser feito.
Conforme me foi solicitado estive lá em
Araras e buscando noticias, li no Opinião Jornal, um trabalho do senhor
Benedito Freitas, de grande valia. Tudo o que ele disse é a mais pura verdade.
Mas nós todos sabemos que não basta tudo aquilo, é preciso muito mais.
O papel dos familiares na recuperação de um
viciado é de muita importância e todos devem dar ênfase a isto.
As mães ou os pais e até mesmo irmãos ou
tios, devem entender que, o principal perigo para aqueles que se internam numa
clinica e saem de lá desintoxicados são as companhias, emissários dos
distribuidores que acabam levando o indivíduo novamente para os braços da
droga.
Vai parecer exagero, mas não se conhece
método mais eficaz que o “100% de presença”.
Consiste o 100% de presença, na disposição,
do pai, por exemplo, em acompanhar o filho nas 24 horas do dia, comendo,
pescando, dormindo passeando,
trabalhando, ou seja, impedir que os seus amigos de infortúnio venham novamente
encaminhá-lo para a desesperança.
- Mas isso é muito difícil de ser feito –
interferiu Dito Flautista.
- Eu também acho isto muito difícil -
complementou Zé Gostoso – mas, consigo entender o que o Zé Lopes está dizendo e
dou-lhe razão. Sem sacrifícios a possibilidade de sair das drogas fica quase
que impossível.
- Então está acertado – arrematou o Dito
Flautista – Agora só falta fazer com que estas instruções do bom Zé Lopes cheguem
lá na terra. Zé Gostoso que já tem prática em frequentar a atmosfera terrestre
vai incumbir-se disso.
- Tá certo – concordou o Zé Gostoso – só
que desta vez eu tenho que intuir corretamente, pois da outra vez o senhor
misturou as minhas melancias com as laranjas dele e teve gente que reclamou.
Vou mudar o jargão:
-Vai na escola dorme. Come melancia acorda.
O pulo que o nosso amigo deu ao acordar na
madrugada foi tão violento que a sua esposa acordou.
- Não me vai dizer que foi outro sonho
daqueles?
- Foi mais um e desta vez foi com Dito
Flautista, Zé Gostoso e Zé Lopes que, vão começar a ajudar a recuperar os
drogados da nossa cidade.
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