sexta-feira, 27 de agosto de 2021

Orar é Preciso


Orar é preciso

Vernil Eliseu – março de 2.012      

vernileliseu@gmail.com

Olhando pela minha janela, naquela manhã de Sol, chamou-me a atenção uma Rosa Vermelha do meu pequeno jardim.

Acostumado com os solavancos impostos pelas coisas da vida, que obriga todos os seres humanos a se desdobrarem em atitudes, mesmo assim, em absoluto deleite, comecei a admirar a linda Rosa Vermelha.

Apesar do calor, que já se mostrava abrasador àquela hora da manhã, pude começar a apreciar o quadro que se desenhava diante de mim, pelas gotas de orvalho que se equilibravam na Rosa Vermelha, quais verdadeiras malabaristas abrilhantando um maravilhoso espetáculo.

O cintilar do vermelho das Rosas Vermelhas e do brilhante das gotas de orvalho construíam no ambiente onde estavam todas as possibilidades da beleza universal.

Foi um raro momento.

Não sei se em voz baixa ou mesmo em pensamento, comecei a agradecer a Deus pela beleza que nos destinou.



“Obrigado meu Deus pelas cores desta manhã, pelos cantos dos passarinhos, pelo roçar das folhas, que nas suas danças patrocinadas pela força do vento, é a música da natureza a complementar o quadro maravilhoso desta manhã; que o meu coração de homem do mundo, abençoe esta oportunidade de perceber esta maravilha da sua natureza e que os corações de todos os homens sejam tocados pelas suas mãos para que eles, também, tenham a sensibilidade de perceberem a maravilha da sua grande obra.”

Foi uma oração simples, igual às que todos temos oportunidade de fazer, pelo simples fato de que em todas as manhãs acordamos olhando as maravilhas do nosso Criador.

Sei que, infelizmente, não acontece simples assim, pois muitos dos seres humanos, apesar de olharem, por causa da dureza de seus corações, não conseguem ver o grande presente que Deus nos deu a todos.

Orar é preciso e, por isso, aprender a orar é preciso.

Assim, tudo que temos à nossa volta, nossos irmãos, a natureza, os animais e todos os nossos problemas, têm que ser vistos com olhos de ver e com o coração de agradecer, pois tudo, absolutamente tudo, faz parte do tempero que promove o nosso progresso espiritual, e apesar de qualquer rumo que tudo isso tome, nos lembremos de fazermos a nossa oração. 

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo

(2) NINGUÉM PODERÁ VER O REINO DE DEUS SE NÃO NASCER DE NOVO

 

Cap.IVEvang.Segundo o Espiritismo

         (João, Cap.III, v. 1 a 12.)

 

Vernil Eliseu – 19 DE abril de 2007 – revisão.

 vernileliseu@gmail.com

vernileliseu.blogspot.com

 

(3)   A afirmação de JESUS sobre a reencarnação de ELIAS como JOÃO BATISTA e  sobre a necessidade de NASCER DE NOVO PARA VER O REINO DE DEUS, estabeleceram a distinção entre o ESPIRITO E O CORPO; consagraram a PRÉ-EXISTÊNCIA DA ALMA e, por conseguinte, a PLURALIDADE  DAS EXISTÊNCIAS.

 

(4) OS JUDEUS TINHAM UMA VAGA NOÇÃO SOBRE CORPO E ESPÍRITO E CHAMAVAM DE RESSUREIÇÃO O QUE O ESPIRITISMO, MAIS TARDE CONFIRMOU COMO REENCARNAÇÃO.

 

(5) SE UM HOMEM NÃO RENASCER DA ÁGUA E DO ESPÍRITO, NÃO PODE ENTRAR NO REINO DE DEUS.

O QUE É NASCIDO DA CARNE É CARNE, E O QUE É NASCIDO DO ESPÍRITO É ESPÍRITO.

 

(6) AQUELES DO VOSSO POVO QUE SE TENHAM FEITO MORRER, VIVERÃO DE NOVO; AQUELES QUE ESTAVAM MORTOS AO REDOR DE MIM, RESSUSCITARÃO (REENCARNARÃO)

Isaias, cap. XXV, v. 19

 

 

(7) TERMINANDO OS DIAS DE MINHA EXISTÊNCIA TERRESTRE, ESPERAREI, PORQUE A ELA RETORNAREI.

VERSÃO DA IGREJA GREGA DE JOB, CAP.XIV, v. 14

 

(8) OS LAÇOS DE FAMÍLIA SÃO FORTALECIDOS PELA REENCARNAÇÃO.

OS ESPÍRITOS FORMAM NO ESPAÇO, GRUPOS OU FAMÍLIAS E SE SENTEM FELIZES POR ESTAREM JUNTOS.

 

(9) A ENCARNAÇÃO NÃO É UM CASTIGO, ANTES É O MEIO PELO QUAL O ESPÍRITO PROGRIDE, EM MEIO A SOLUÇÕES DE PROBLEMAS, ATÉ A ANGELITUDE.

O LIMITE DE ENCARNAÇÕES É MARCADO PELO SÁBIO QUE AGE COM PERFEITA SABEDORIA.

     

 

(10) VIVER E APRENDER COM AS EXPERIÊNCIAS DE CADA VIDA, DOMINANDO OS INSTINTOS, APURANDO O RACIOCÍNIO NA UTILIZAÇÃO DOS CONHECIMENTOS AMEALHADOS É A ROTINA DO ESPÍRITO ATÉ AS CULMINÂNCIAS DO SEU CRESCIMENTO, GALGANDO PASSO A PASSO, A ESCADA EVOLUTIVA EM DIREÇÃO AO CRIADOR.

     

     

(11) NUMA SÓ VIDA SERIA IMPOSSÍVEL ATINGIR TAL PERFEIÇÃO, DAÍ A NECESSIDADE DE NASCER DE NOVO, OU SEJA, DE REENCARNAR PARA QUE O APRENDIZADO SEJA ALCANÇADO E O ESPÍRITO CADA VEZ MAIS SÁBIO, POSSA VER O REINO DE DEUS.

 


terça-feira, 10 de agosto de 2021

Lágrimas



Lágrimas

vernieliseu@gmail.com

Ontem choveu lágrimas de mil almas,

caladas pelos beijos sem escrúpulos da vida.

Um lamento mudo.

 

É o rompimento brusco da carne,

que ferida pelo pecado,

sangra as dores do prazer.

 

É o início da caminhada sem regresso,

pela estrada, com soluços e sorrisos,

enfrentando os dissabores das vaias

e a euforia do sucesso.

 

É o desgaste inumano da potência,

a dispersão das vontades,

a enfermidade do mundo,

que se impõe pela violência.

 

Para depois, de joelhos,

em súplicas, rogar clemência.

  

Mais uma vez Jesus venceu


Mais uma vez Jesus venceu

Dito Flautista sentou-se à frente dos dois amigos, Zé Lopes e Zé Gostoso.

Os dois amigos entreolharam-se perplexos. Nunca haviam visto tanta luminosidade irradiada de um ser, como naquela manhã, irradiava o amigo Dito Flautista.

Zé Gostoso que era mais antigo no grupo comandado por Dito Flautista, não se contendo, perguntou:

- Amigo, amigo, conte o motivo de tanta luz. Por acaso você acabou de receber alguma benção divina?

- É, meu amigo, as graças do nosso criador são muitas e misericordiosas. Imagine você que fui agraciado com uma ida à crosta terrestre com direito a assistir um espetáculo teatral e, claro, colaborar na assistência espiritual.

Zé Lopes, com a curiosidade aguçada, perguntou:

- Onde foi assistir o espetáculo teatral?

- Foi em Araras, na nossa terra. Vocês não imaginam o quanto foi gratificante. Na verdade, não havia muito que fazer, pois o teatro pertence a uma casa que há muitos anos vem prestando serviços no campo espírita e estava muito bem protegida. O que fizemos foi dar um brilho a mais. Ficou muito bonito, depois de pronto o esquema de segurança. Quem viesse do alto, e foram muitos os que vieram, tinham como guia a luminosidade do local que de tão acentuada ultrapassava a atmosfera terrestre. Tivemos visitantes ilustres e, o melhor, foi a grande quantidade de espíritos que necessitavam de esclarecimentos, que compareceram.

Os dois “Zés” estavam bebendo as palavras de Dito Flautista. Zé Gostoso perguntou:

- Qual era a história da peça?

- Era sobre os ensinamentos básicos do espiritismo. Uma boa parte dos encarnados que foram assisti-la não conseguiram entrar e os promotores já marcaram uma reapresentação em outro local para que estes possam ver a peça. Quando chegar a ocasião, com certeza, vocês serão convidados a prestar serviços e assisti-la.

A trama focava a Lei de Causa e Efeito, com o começo do drama desenrolando-se no tempo do Império Romano, onde as paixões desmedidas, a ganância, o egoísmo, a inveja e muitos outros males  eram exacerbados, provocando crimes e perseguições entre os Romanos e, principalmente, aos Cristãos, que como vocês sabem, sofreram muito naquela época.

O texto forte, ágil, escorado por cenas sustentadas por maravilhosas interpretações, cumpriu o objetivo de ensinar aos assistentes verdades da vida. Guardada as devidas proporções, considerei a peça uma mega produção. O guarda roupa foi de um bom gosto ímpar e bem confeccionado. Os pequenos detalhes, vasos, estatuetas, cadeiras, tudo, bem distribuído em cena. O vai e vem dos atores e atrizes, ao final de cada cena, arrumando o cenário para a próxima cena, foi perfeito. Enfim, todos os detalhes de posicionamento e de expressões interpretativas estiveram em alto nível. A direção da peça esteve perfeita.

Para vocês terem uma idéia, para não alongar-me muito, o momento em que o pai adotivo do jovem que estava se drogando, instado pelo espírito da filha, desencarnada já há algum tempo, aceita a tarefa de ajudar o jovem, com muito amor, a regenerar-se sob as bençãos de Jesus..

Para mim, em virtude do trabalho que estamos desenvolvendo, foi o melhor da peça. Eu penso que o amor demonstrado por aquele pai, antes tão duro, e o sucesso da sua determinação, ensinou muitos dos presentes como encarar este problema. Jesus venceu mais uma vez. Foi um espetáculo inesquecível.

- E as mães da Praça Barão de Araras, como está o trabalho de divulgação?

Zé Lopes e Zé Gostoso, saíram do estado de admiração pelo relato do sucesso da peça que foi encenada em Araras, no Instituto de Difusão Espírita – IDE, no salão azul. Zé Gostoso, limpou a garganta e respondeu:

- O nosso trabalho de intuir todas as mães das vítimas da desesperança continua nas 24 horas do dia. Isto é coisa que demora e, por isso, não devemos esmorecer.

Os três amigos, orando e com um sorriso nos lábios, encaminharam-se para a grande praça de onde uma luz indiscritível emanava e a música bonita se fazia ouvir. Um merecido descanso para os soldados da esperança. 

Revivendo

Revivendo

 

Vernil Eliseu, 14/10/2005 –

vernileliseu@gmail.com

A noite estava tranquila

A praça apesar da falta de cuidado, com a presença de papeis e plásticos espalhados pelo gramado, ainda assim, era de aspecto romântico.

 

A banda não viera, estava participando de um festival que, provavelmente, deve ter vencido.  Ocupavam o direito de dar o espetáculo, alguns cantores e músicos, fazendo rolar boa música.

 

O dia havia sido especialmente quente e no horário que chegamos à praça começou a soprar um vento fazendo a temperatura ficar muito agradável.

 

Não havia muita gente. Era ambiente de recordação e poesia.

 

A primeira árvore, alta, junto ao passeio interno da praça, era figura que chamava a atenção de todos. Esbranquiçada, desde o tronco até os galhos mais altos, sem muitas folhas. Parecia um ser que vindo diretamente do frio havia se esquecido da chegada da primavera e não se vestira a caráter, destoando na composição do lindo ambiente.

 

Entretanto, como se fora a sua madrinha, ciosa do bem estar da afilhada, a lua nova pendurou-se no céu e permitiu que entre os galhos da árvore esbranquiçada, todos nós, ficássemos deslumbrados com o quadro digno de um mestre do pincel. Gastamos gostosos minutos olhando para o céu.

 

O único par que se arriscou a dançar davam passos graciosos em coreografia especial e do palco dentro do coreto a cantora, afinadíssima, cantava OUÇA. O momento trouxe à tona as nossas melhores recordações de um tempo que não volta mais.

 

Dona Maria uma amiga que me ajuda a entender e a compreender o mundo em que vivemos, diz sempre: Ficou a experiência e esta não se apaga e nem se afasta de nós, por toda a eternidade.

 

É a sabedoria de Deus que nos quer mais e mais experientes para que, quando chegarmos lá no céu, possamos reviver os momentos poéticos de nossas vidas com grande intensidade. 

Ajudar, Ajudar, Ajudar

Ajudar, ajudar e ajudar

 

Vernil Eliseu – 24/08/2004.

vernileliseu@gmail.com

 

— Bom dia dona Maria.


— Espero que seja mesmo um bom dia, Seu Vernil.

— Qual o motivo dessa descrença?

— Imagine o senhor que o nosso grupo que presta serviço voluntário, anda querendo desaparecer.

— Alegam algumas companheiras que, apesar do esforço de todas, os objetivos não estão sendo alcançados e que, faz muito tempo, não entra ninguém novo no grupo.

— Mas isso é natural, dona Maria. Os grupos que procuram auxiliar, aqui e ali, precisam levar em consideração que o reconhecimento só virá depois de muito tempo e, mesmo assim, não será de forma direta, pois que o verdadeiro reconhecimento será sentido no prazer do dever cumprido.

— Além disso, dona Maria, esses grupos, instituições e quem quer que esteja no trabalho de benemerência estão, por assim dizer, matriculados numa escola de bem viver.

Na verdade, a criação e a existência desses grupos antecedem a instituição, no nosso dia a dia, do cidadão total. Aquele cidadão que constitui família trabalha e no seu relacionamento social faz, por estar na sua natureza, o bem sem olhar a quem.

— Isso é verdade. Mas é uma pena, né seu Vernil, esta realidade está longe de acontecer.

— Olha dona Maria, se bem posso aconselha-la, diria que o caminho que a senhora escolheu para trilhar esta certíssimo e é bom que nem pense no tempo que vai durar para tudo  estar em cima e o povo todo agindo em direção do amor que devemos, todos, uns aos outros.

— Tá legal. Vou seguir o seu conselho, mas se eu achar que alguém está pisando na bola e para corrigi-lo for preciso chamar a sua atenção, isto eu farei.

— Até isso a senhora pode fazer, mas é preciso que quando a senhora estiver chamando a atenção, faça isso distribuindo o amor que a senhora tem no coração.

— Como isso é possível, homem de Deus?

— Se a senhora chamar a atenção de alguém não será para que ele melhore no serviço que está prestando?

— Será sempre assim, seu Vernil.

— Muita gente imagina que ao amar e trabalhar para o bem pode prescindir do senso crítico. Isto não é verdade.

— É preciso que o senso crítico, entretanto, esteja firme na sua expressão e na sua natureza, voltado para o bem que a crítica construtiva revela, mesmo que alguém tenha que degluti-la com alguma areia grossa.

— É, o senhor tem razão. Nós todos, voluntários, que trabalhamos servindo os mais necessitados, de vez em quando precisamos, também, de um bom ouvinte. Eu já percebi seu Vernil, que se não tivéssemos do que reclamar, já teríamos virado anjos. Daí ...

— Daí que o trabalho, tanto para a senhora como para todos, está apenas começando.

— Então... Mãos à obra. 

segunda-feira, 9 de agosto de 2021

A mais bonita

A mais bonita

 

Vernil Eliseu – 23/09/2003    


 vernileliseu@gmailo.com

— Finalmente chegou a Primavera. Eu já estava cheia de tanto frio e da secura do tempo.

— Eu, por minha vez, dona Maria, já não aguentava mais cultivar o bendito resfriado.

— O resfriado foi tão forte que, o meu vizinho da direita não aguentou as noites povoadas pela minha tosse e mudou-se.

— Na verdade, é bom que se diga seu Vernil, o inverno tem os seus encantos. Os vinhos que bebemos acompanhando os nossos caldos verdes, lá na sua casa, deixaram saudade.

— O que falar então das feijoadas lá na sua casa dona Maria.

— É mesmo. Entretanto, seu Vernil, os resfriados neste ano foram mais fortes que os do ano passado.  Até o senhor que há muito não pegava um acabou sofrendo como nunca.

— Não desejo nem para o meu pior inimigo!

— Mudando de gelo para flores, nesta semana cuidei do meu jardim. Quero que bem limpinho ele nos mostre as mais lindas flores desta Primavera.

— Qual vai ser a artista principal do seu jardim?

— Serão as rosas! As variadas cores, vermelha, chá, amarela, rosa e branca, vão fazer do meu jardim um recanto de rara beleza.

- O meu jardim, perto do da senhora, dona Maria, é um grão de areia. Mas as rosas vermelhas, brancas e amarelas estarão dando cores à frente da minha casa.

 

— Não querendo mudar de assunto, mas já mudando, o que é que a senhora achou do rebaixamento do União?

— O senhor sabe que pouco entendo de futebol, mas achei uma pena o União ter sido rebaixado para a série C deste tal Campeonato Brasileiro. Na verdade, seu Vernil, pelo que pude perceber, o tombo começou com o começo do campeonato. Aliás, o meu marido, que diz que entende da matéria, andou dizendo desde o começo que o time do União era muito ruim. Por isso, acho melhor o pessoal que contrata jogadores lá para o União, além de escolherem os de preços baixos, têm que escolher os de preços baixos e bons, pois caso contrário, o esforço inicial para fazer economia acaba indo por terra, pois as tentativas de correção acabam saindo mais caras.

— Eu, por exemplo, seu Vernil, quando vou às compras compro sempre o de menor valor. No entanto, exijo sempre o melhor. Pagar barato, necessariamente, não quer dizer comprar o pior.

— Isso mesmo, dona Maria, a lição deve ter sido aprendida e, com certeza podemos esperar para o Campeonato Paulista um time à altura da história do nosso verdão.

Como sempre, né seu Vernil, o Inverno passou e todos temos que cuidar para esta Primavera ser a mais bonita de todas.

 

 

  

Anjos Guardiões

Anjos guardiões

 

 

Vernil Eliseu – 01/06/2004

vernileliseu@gmail.com

 

Dona Maria veio visitar-me.

Como de costume, o café com bolo logo foi servido.

O papo correu solto. Lembramo-nos de muitos momentos em que eu e minha amiga, de maneira espontânea construímos um pedacinho das nossas histórias.

Como não poderia deixar de ser, também, dona Maria quis saber de pormenores da cirurgia a que fui submetido 12 dias atrás.

— E então seu Vernil, tá pronto para outra?

— Deus me livre dona Maria, apesar da simplicidade da intervenção e da capacidade do médico é uma coisa que não desejo para ninguém.

— Entendo perfeitamente. Agora o senhor está tão bem que nem parece que está convalescendo de uma operação.

— É verdade. Sabe, minha amiga, que nestas ocasiões é que temos a oportunidade de avaliar, mais profundamente, as pessoas que trabalham num hospital.

— Acho que é o medo que nos torna muito mais observadores a ponto de captar os mínimos detalhes do desempenho das pessoas.

— Acho que é bem por aí. A gente fica totalmente exposto e isso, quando estamos com cérebro alerta, aguça ao extremo a nossa atenção.

— Graças a isto pude ver o carinho e o desvelo com que fui tratado por todos e, principalmente, pelo corpo de enfermagem do Hospital São Luiz.

— Todas as informações pedidas foram gentilmente dadas e na hora da agulhada, muita capacidade.

— Por isso, dona Maria, que devo publicamente agradecer os profissionais, que transformam aqueles momentos de apreensão numa demonstração de competência e carinho. Nos dias de hoje isto não tem o que pague.

— Pelo jeito o senhor gostou e é bem capaz de fazer força para voltar lá.

— Não chego a tanto. Mas se precisar voltar a ser internado, consciente ou inconscientemente, estou certo que terei um tratamento nota 10 e se disso depender a minha vida, estarei entregue a mãos confiáveis.

— Então, meu amigo, todos lá têm asas?

— São uns anjos e só não exibem as asas porque têm mais pacientes para atender e nem dá tempo. Batem tão rápidas que não conseguimos enxergar.

— Deus lhes pague.

  

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

Ao meu querido Pai


Ao meu querido Pai

Vernil Eliseu – agosto de 2011

vernileliseu@gmail.com

 

Nas paredes das esquinas de minha eternidade, grafadas com a caneta da minha esperança, estão as minhas homenagens ao meu Pai, o senhor João Armando Eliseu.

Não são homenagens com fogos de artifícios e placas alegóricas.

São homenagens representadas pela energia do meu amor que reconhece o papel dele na formação da qualidade do meu espírito.

Esta qualidade que me leva ao reconhecimento da importância da família e das amizades e que dita o ritmo que preciso para alargar o horizonte, no qual, vou construindo em cores firmes o propósito de amar verdadeiramente a vida.

As lembranças dele são fortes, intensas, pois a sua personalidade nos envolvia, a mim e aos meus irmãos, na disciplina do respeito ao próximo, ensaio necessário para que a vida tenha a sua explicação lógica, cujos objetivos, é o engrandecimento da nossa encarnação na terra.

Hoje sou o que sou pelas minhas atitudes e obras, mas, principalmente, porque os seus exemplos de vida nunca negociou com a inutilidade. Ele fez da sua vida exemplo, exemplo tal que eu e todos os meus irmãos temos indelevelmente incluídos nas nossas personalidades, que fez cada um a seu turno, um servidor.

Neste dia de homenagens aos Pais, por isso, como simples transformação visível dos sentimentos que tenho no coração, escrevo estas linhas que queria fossem mil vezes mais virtuosas do que são, mas que, de fato, é o meio pelo qual, declaro a ele o meu amor eterno e que o fato dele não estar presente fisicamente, não é suficiente obstáculo para que eu  não o tenha dentro do meu coração agradecido.

Na minha crença, lá onde ele estiver em companhia de minha mãe e espíritos afins, que ele continue emanando o seu grande amor por todos os que, ainda, estão por aqui.

Um beijo Papai.

Parabéns pelo Dia dos Pais

Deus te ilumine. 

terça-feira, 3 de agosto de 2021

Rumo à Eternidade


Rumo à eternidade

Vernil Eliseu – novembro/2018

Lá se vão muitos e muitos anos.

Sequer a poeira daquele tempo, levantada pelo vento que carrega tudo para a eternidade é percebida na distância.

No entanto, o amor que nasceu com os senhores e cresceu entre nós seus filhos, não dá sinal de que a eternidade consiga diminuir.

Recordando Mamãe:

O padeiro cobrando o pão que fora lançado na caderneta e o seu sorriso vazio de solução e a nossa chegada em socorro, clicou para sempre na nossa mente a candura e a humildade que só a senhora possuía, sem afetações.

Recordando Papai:

Lembramos, o bendito parafuso cuja fenda não conseguíamos acertar para a ajuda que precisavas, para consertar o velho Ford-46.

Pequenos momentos que marcaram, assim como outros milhões de momentos, que povoaram as nossas vidas.

Agora, os nossos corações no ritmo dos dias que exigem cada vez mais de nós, suporta, sorri e festeja que vocês dois tenham existido e nos emprestado mais uma vida, para continuarmos a nossa dura caminhada em direção ao aprimoramento.

Por certo, nenhum de nós poderá se intitular perfeito.

No entanto, nunca perdemos misturados com as nossas necessidades de vida, a direção firme do leme que a senhora e o senhor nos legaram.

Por isso, queremos que a senhora mamãe e o senhor papai, recebam desde aqui deste vale de lágrimas e aperfeiçoamento, as efusivas energias positivas do nosso amor.

Assim como o benfeitor Emmanuel diz no canto de Elisabete Lacerda:

“Onde estiveres(m) agora que o nosso bom Deus te guarde(m)”

“Onde estivermos agora que o bom Deus nos possa amparar” 

É a síntese de nossas histórias que formam a história de nossa família, com os momentos delicados dos problemas financeiros, de saúde, de mágoas, de insucessos. Mas de uma vida, que desafiou e desafia todos os reveses e reconhece alcançar a paz de hoje, dos que lutaram o bom combate.  

Obrigado Dona Nega! Obrigado Seu João!