terça-feira, 10 de agosto de 2021

Ajudar, Ajudar, Ajudar

Ajudar, ajudar e ajudar

 

Vernil Eliseu – 24/08/2004.

vernileliseu@gmail.com

 

— Bom dia dona Maria.


— Espero que seja mesmo um bom dia, Seu Vernil.

— Qual o motivo dessa descrença?

— Imagine o senhor que o nosso grupo que presta serviço voluntário, anda querendo desaparecer.

— Alegam algumas companheiras que, apesar do esforço de todas, os objetivos não estão sendo alcançados e que, faz muito tempo, não entra ninguém novo no grupo.

— Mas isso é natural, dona Maria. Os grupos que procuram auxiliar, aqui e ali, precisam levar em consideração que o reconhecimento só virá depois de muito tempo e, mesmo assim, não será de forma direta, pois que o verdadeiro reconhecimento será sentido no prazer do dever cumprido.

— Além disso, dona Maria, esses grupos, instituições e quem quer que esteja no trabalho de benemerência estão, por assim dizer, matriculados numa escola de bem viver.

Na verdade, a criação e a existência desses grupos antecedem a instituição, no nosso dia a dia, do cidadão total. Aquele cidadão que constitui família trabalha e no seu relacionamento social faz, por estar na sua natureza, o bem sem olhar a quem.

— Isso é verdade. Mas é uma pena, né seu Vernil, esta realidade está longe de acontecer.

— Olha dona Maria, se bem posso aconselha-la, diria que o caminho que a senhora escolheu para trilhar esta certíssimo e é bom que nem pense no tempo que vai durar para tudo  estar em cima e o povo todo agindo em direção do amor que devemos, todos, uns aos outros.

— Tá legal. Vou seguir o seu conselho, mas se eu achar que alguém está pisando na bola e para corrigi-lo for preciso chamar a sua atenção, isto eu farei.

— Até isso a senhora pode fazer, mas é preciso que quando a senhora estiver chamando a atenção, faça isso distribuindo o amor que a senhora tem no coração.

— Como isso é possível, homem de Deus?

— Se a senhora chamar a atenção de alguém não será para que ele melhore no serviço que está prestando?

— Será sempre assim, seu Vernil.

— Muita gente imagina que ao amar e trabalhar para o bem pode prescindir do senso crítico. Isto não é verdade.

— É preciso que o senso crítico, entretanto, esteja firme na sua expressão e na sua natureza, voltado para o bem que a crítica construtiva revela, mesmo que alguém tenha que degluti-la com alguma areia grossa.

— É, o senhor tem razão. Nós todos, voluntários, que trabalhamos servindo os mais necessitados, de vez em quando precisamos, também, de um bom ouvinte. Eu já percebi seu Vernil, que se não tivéssemos do que reclamar, já teríamos virado anjos. Daí ...

— Daí que o trabalho, tanto para a senhora como para todos, está apenas começando.

— Então... Mãos à obra. 

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